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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O FIM DO MUNDO SÓ DEUS SABE!

Só 12 dias para o 'fim do mundo'

A data estipulada pelo calendário maia tem dado o que falar em todo o planeta

Apesar de a Nasa ter afirmado cientificamente que o mundo não vai acabar, tem gente que simplesmente crê que o apocalipse
Apesar de a Nasa ter afirmado cientificamente que o mundo não vai acabar, tem gente que simplesmente crê que o apocalipse (Arte: Gusmão)
Enquanto uns acreditam de verdade, e se preparam para o pior, estocando alimentos e fazendo preparativos, outros querem mais é curtir a vida (ou os 12 dias que restam). Apesar de a Nasa ter afirmado cientificamente que o mundo não vai acabar, tem gente que simplesmente crê que o apocalipse – ou algo transformador – acontecerá mesmo no dia 21 de dezembro.
A bibliotecária Marlúcia Santos*, 61, católica não praticante, está “cabreira”, e afirma não confiar no que a Nasa diz. “Desde que sou muito moça conheço as teorias maias. Eles nunca falharam em nenhuma outra previsão, por que errariam agora?”, questionou ela, que pediu para ter o nome modificado para esta reportagem. A entrevistada continuou: “Sem falar que a Nasa nunca foi parâmetro para ninguém, não é? Eles escondem informações, todo mundo sabe disso”.
Esclarecimentos
A aposentada está se prevenindo: estoca mantimentos para o caso de qualquer acontecimento (“Como dizia minha avó, o seguro morreu de velho”, sentencia), mas não sente pavor do que possa acontecer. Mas não é assim que centenas de pessoas ao redor do mundo se sentem.
Foram tantas perguntas (e muita gente afirmando que iria cometer suicídio nesse dia) que a Agência Espacial Norte-Americana, a Nasa, teve que fazer uma seção em seu site somente para esclarecer os mais desesperados. “Assim como o tempo não para quando os ‘calendários de cozinha’ chegam ao fim, no dia 31 de dezembro, não há motivo para pensar que com o calendário maia seria diferente – 21 de dezembro de 2012 também seria apenas o fim de um ciclo”, ressaltaram os especialistas. Mas, ainda assim, tem gente que acredita que algo possa acontecer.
Verdade e luz
Mas, ao contrário do alarmismo de Marlúcia, o professor de inglês Neto Valcacer, 25, se prepara para um grande evento, mas de outra maneira. “Eu já estou preparando para algo, há um tempo. Claro, nada muito grave, como uma erupção de raio gama, mas venho me preparando para algo grande”, disse. A preparação de Neto vem por meio de meditação e estudo, nada físico como armazenar comida.
Na opinião do professor, que não tem religião definida, a mudança vai ocorrer sim, mas para o bem. “Acho que algo grande vai acontecer. Tem gente que acredita que as fórmulas da luz serão despertadas no ser humano, tem gente que acredita que o ‘planeta X’ vai colidir com a Terra... Eu prefiro acreditar que alguma coisa vai acontecer, e vai abrir os olhos da humanidade para um bem maior, para verdade”, apontou.
Procurar o que fazer
Do outro lado, estão os ateus, como o analista financeiro Nelson Oliveira, 28. Depois de ter passado por um possível fim do mundo “quatro vezes, ou mais”.
“Desde que existe civilização, grupos religiosos e esotéricos fazem referência ao fim do mundo. Essa data já foi alterada várias vezes, assim como a volta de Jesus para a Terra, que também nunca se concretizou, a não ser pelo Inri Cristo. Todas as vezes que chegam os dias previstos, aparecem explicações e a data é adiada novamente”, declarou. “O mais ridículo de tudo  são pessoas com o mínimo de conhecimento ainda acreditarem numa baboseira dessas”, completou Oliveira.
Para ele, quem está com medo tem mais que procurar o que fazer. “Espero logo que essa data passe, e que a nova seja reagendada. Quem sabe um dia não se conscientizam do quão idiotas são”. E aconselha: “Vão viver e parem de se preocupar com o ‘fim do mundo’. A vida não é um filme de ficção”, finalizou.

ECOLOGIA EM CHOQUE!

Derrubada de floresta em Área de Preservação Ambiental do AM é denunciada por ONG

O presidente da ONG, Jó Farah, critica a autorização concedida para a derrubada da grande área de floresta. Moradores afirmam que a ação foi rápida

Tratores e caminhões estavam no terreno, onde foram cortadas muitas árvores 
Tratores e caminhões estavam no terreno, onde foram cortadas muitas árvores (Euzivaldo Queiroz)
O desmatamento de um imenso terreno dentro da Área de Preservação Ambiental (APA) do Tarumã, Zona Oeste, para, supostamente, dar lugar a mais um empreendimento particular, deverá ser investigado pelo Ministério Público Federal (MPF/AM). A denúncia foi feita na semana passada ao órgão pela Organização Não-Governamental Mata Viva, que defende o desmatamento zero na APA do Tarumã. O detalhe é que a própria prefeitura concedeu licença para que a floresta fosse desmatada dentro da legalidade, mesmo sendo uma APA.
O presidente da ONG, Jó Farah, critica a autorização concedida para a derrubada da grande área de floresta. Moradores que passam diariamente pelo local afirmam que a ação foi rápida e que, em poucos dias, imensas árvores foram derrubadas. “É mais uma área de preservação sendo destruída. Por isso deve-se ser investigado por que foi autorizado o desmatamento”, disse.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) informou, na quinta-feira (06), que o responsável pela obra tem o licenciamento ambiental concedido pelo órgão. Entretanto, a secretaria justificou que a APA tem como objetivo disciplinar o uso do solo e não proíbe ocupação. Segundo a Semmas, a APA disciplina com intervenções e  compensações estabelecidas. As medidas são para reduzir o impacto ambiental. O órgão informou, ainda, que empreendimentos imobiliários podem se instalar desde que licenciados e dentro dos padrões.
(A íntegra deste conteúdo está disponível para assinantes digitais ou na versão impressa).

TUBERCULOSE!

Novo método para diagnosticar a Tuberculose é adotado por Ministério da Saúde

Resultados da pesquisa desenvolvida em Manaus e no Rio de Janeiro sobre a doença, podem ser a garantia de uma saúde melhor para os brasileiros

A cada ano são registrados mais de 71 mil novos casos de tuberculose
A cada ano são registrados mais de 71 mil novos casos de tuberculose (Divulgação)
A Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro marcaram um encontro nesta segunda-feira (10), no auditório de Dermatologia da FMT-HVD, localizado na avenida Pedro Teixeira, nº 25, Dom Pedro, para anunciar os resultados da pesquisa desenvolvida em Manaus e na capital carioca para testar o novo método de diagnóstico da Tuberculose, que permite chegar ao resultado em até 2 horas. A apresentação reúne profissionais de saúde que atuam na prevenção e no tratamento da doença
Segundo a diretora presidente da FMT-HVD, Graça Alecrim, os detalhes da implantação do novo método, nos municípios brasileiros serão anunciados e explicados durante o evento. Ainda segundo a diretora, o objetivo da proposta é a substituição total do método tradicional, a baciloscopia, que permite chegar ao resultado em 24h pelo novo exame chamado GeneXpert, que reduz o tempo de espera em 22 horas.
O novo método já recebeu o aval da Organização Mundial de Saúde (OMS). Graça Alecrim, observa, no entanto, que para implementá-lo no SUS, o Comitê de Incorporação de Tecnologia (Citec), do MS, exige dados nacionais que demonstrem o impacto significativo do método na saúde pública, a um custo acessível e justificável. Manaus e Rio de Janeiro foram as cidades escolhidas pelo Ministério, para a realização deste estudo.
No Amazonas, a pesquisa teve início em março e foi concluída em outubro. Neste período, foram feitos cerca de 15 mil exames e instalados em três unidades de saúde: na FMT-HVD e na Policlínica Cardoso Fontes, da rede estadual de saúde, e no Laboratório Distrital Leste (LDL), da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). No Rio de Janeiro, foram instalados 19 equipamentos.
O coordenador do estudo em Manaus, o pesquisador da FMT-HVD Marcelo Cordeiro, explica que o GeneXpert reúne outras vantagens: além de verificar a presença do bacilo Mycobacterium tuberculosis, o teste também detecta se o paciente é resistente à rifampicina (um dos antibióticos mais eficazes, do esquema de tratamento da doença).
Atualmente, para testar a suscetibilidade do paciente aos antimicrobianos que tratam a tuberculose, utiliza-se o exame de cultura, cujo resultado leva de quatro a oito semanas para ficar disponível.  
Durante os estudos, pacientes com suspeita clínica de tuberculose pulmonar foram submetidos ao exame de escarro (amostra de secreção pulmonar) realizado, primeiramente, pelo GeneXpert. Nos casos de resultado positivo, também foi feita a baciloscopia – para fins de notificação ao Programa Nacional de Controle da Tuberculose e à OMS, e recomendado o início do tratamento.
O objetivo é identificar os resultados discordantes, ou seja, aquelas amostras que foram positivas no GeneXpert, mas negativas na baciloscopia. Isso permitiu dimensionar o número de casos de tuberculose ativa que foi detectado pelo novo método, mas que não teria sido diagnosticado pelo exame tradicional.