Parentes começam a velar vítimas de incêndio em Santa Maria
Velório coletivo será realizado no Centro Esportivo Municipal após identificações dos mortos
Parentes começam a velar vítimas de incêndio em Santa Maria
Crédito: Tarsila Pereira |
O velório coletivo foi a opção encontrada para lidar com a falta de estrutura da cidade para realizar as cerimônias individualmente, diante das 233 vítimas fatais. Um culto ecumênico será realizado assim que a identificação de todas as pessoas terminar. Segundo as autoridades locais, essa etapa deve ser concluída até as 8h desta segunda-feira. Muitas vítimas eram estudantes universitários de municípios da região e devem ser enterrados nas respectivas cidades.
Incêndio teria começado com sinalizador
O incêndio na boate Kiss – que fica na Rua dos Andradas, Centro de Santa Maria – começou por volta das 3h deste domingo. Cerca de mil pessoas estariam no local, a maioria participando de uma festa organizada por estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Segundo testemunhas, o fogo teria começado quando um dos integrantes de uma banda que acabara de subir ao palço lançou um sinalizador. O comandante do Corpo de Bombeiros, Coronel Guido Pedroso de Melo, afirmou que o objeto teria enconstado numa forração de isopor.
As pessoas não teriam percebido o fogo de imediato, mas assim que o incêndio se espalhou, a correria teve início. Testemunhas relataram que, a princípio, parecia uma briga e os seguranças fizeram um cordão de bloqueio. Mas, quando viram que era um incêndio, liberaram a passagem.
Conforme relatos, os extintores posicionados na frente do palco não funcionaram e a pessoas tiveram que recorrer a equipamentos que ficavam mais distantes. Em pânico, muitos não conseguiram encontrar a única porta de saída do local e correram para os banheiros. Aqueles que conseguiram fugir em direção à saída, ficaram presos nos corrimões, usados para organizar as filas. A boate foi tomada por uma fumaça preta e as pessoas não conseguiam enxergar nada.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, a maioria morreu asfixiada dentro dos banheiros ou na parte dos fundos da boate. Os próprios socorristas passaram mal em razão da fuligem. Muita gente que conseguiu escapar voltou para ajudar os outros, como o dentista Matheus Bortolotto.
Os sobreviventes foram levados para o Hospital de Caridade, o Hospital Universitario de Santa Maria (HUSM) e o Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Os corpos foram encaminhados para o ginásio municipal.