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segunda-feira, 10 de junho de 2013

A BOLA DA COPA DAS CONFEDERAÇÕES

Cafusa se mostra uma bola macia, “venenosa” e praticamente impermeávelA bola oficial da Copa das Confederações 2013 foi colocada a teste pelo Guia do Boleiro e foi classificada como uma ótima bola na média dos conceitos
A avaliação foi feita num campo de grama artificial
Cafusa é o nome escolhido para a bola da Copa das Confederações 2013, que será disputada no Brasil. O nome, que é uma junção de carnaval, futebol e samba, foi revelado pela Adidas em dezembro do ano passado. A bola, de tecnologia semelhante à usada na Eurocopa 2012 (Tango 12), foi colocada em teste pelo Guia do Boleiro e no conjunto se mostrou uma ótima redonda. Maciez, “veneno” nos arremates e uma resistência excelente à entrada de água foram os destaques deste produto da Adidas, que rolou no Mundial de Clubes no Japão em dezembro e teve a novidade de um chip que avisa se a bola entrou dentro do gol.

A Cafusa foi confeccionada pela mesma equipe que criou a Tango 12 e apresenta alguns aprimoramentos em relação à mais precedente, e polêmica, Jabulani. Em comparação à bola que ganhou notoriedade na Copa do Mundo da 2010, a Cafusa tem um número maior de gomos (32 contra 8 da Jabulani) e a superfície é mais porosa – com texturas granuladas sobressalentes, o que, em termos de performance, entrega uma bola que ganha um contato mais firme com o gramado e com a chuteira, evitando um pouco que ela bata e escape do domínio do jogador. O mesmo conceito vale para o goleiro e o toque com as luvas.

Durante o teste, percebemos um paradoxo interessante. O jogador pode sentir que ela é macia e ligeiramente leve, mas, no momento em que ele coloca bastante força no contato com ela, a Cafusa ganha uma grande potência na sua trajetória e chega “pesada” para o goleiro. E vai além. Os chutes firmes de peito do pé ganham um ligeiro “veneno”, que faz com que o jogador se sinta com uma pitada do poder do ex-lateral da Seleção Roberto Carlos. Claro, toda essa performance está dentro de uma variável pequena, já que a estabilidade da bola é considerável. Mesmo assim, esse aspecto é perceptível.

A maciez da bola pode ser sentida no toque com as próprias mãos, pois a película da superfície é feita com material similar ao jeans. No total, a bola conta com 5 camadas de poliuretano, um material sintético caracterizado pela resistência e elasticidade. A versão mais em conta da Cafusa sai por R$ 49,90; e a mais aprimorada, R$ 399,90 (esta foi a utilizada no teste Guia do Boleiro).Estabilidade - 8
A Cafusa teve um desempenho de constância muito bom. Para todos os fundamentos do futebol, ela respondia bem às intenções do jogador. Quando demos um passe firme ou colocamos um efeito com o lado do pé, percebemos que ela obedece bem. Talvez para o goleiro, ela seja um pouco imprevisível nos chutes potentes, pelos efeitos que ganha, mas isso tem sido a tônica das bolas há pelo menos dez anos. Efeito - 9
Um dos pontos mais fortes da Cafusa. Realmente, conseguimos colocar efeitos bem eficazes em lançamentos e chutes de chapa. Agora, o grande diferencial são os arremates de peito do pé que ganham um “veneno”. (aqui, aproveitamos para sugerir que a bola não seja completamente cheia, caso contrário ela ficará um pouco dura para a prática)

Design - 9
O principal para a bola aqui é que ela seja bem visível para os jogadores, o que a Cafusa não deixa a desejar com sua cor majoritariamente branca. Além disso, seu design é interessante, com as principais cores da bandeira do Brasil e a representação do Cruzeiro do Sul em detalhes bem trabalhados artisticamente.

Molhada - 7,5
Considerando-se que o teste foi feito num terreno com medidas de futebol de campo e de grama artificial, o rendimento da Cafusa molhada pecou um pouco no quesito contato com o solo. Os efeitos sobressalentes na superfície da bola para ganhar porosidade perdem um pouco da eficácia na superfície molhada. Uma bola mais tradicional, com maior número de gomos e dispostos em figuras hexagonais (desenho que perde cada vez mais espaço, principalmente para as duas marcas de maior nome no cenário mundial do futebol), parece escapar menos do controle num terreno nesta condição. Vale lembrar, no entanto, que um campo de grama natural tem uma tração maior. Todavia, no quesito impermeabilidade, a Cafusa foi muito bem. Após mais de 30 minutos debaixo de uma forte chuva, pudemos notar que ela é praticamente impermeável. Segundo o laboratório alemão Bayern, que participou do desenvolvimento da Tango 12 – com tecnologia similar à Cafusa, numa situação com imensa incidência de água, o ganho de peso da bola da Tango 12 não passa de 0,1%.

Conclusão
A Cafusa é uma ótima bola na média de todos os conceitos. Bem macia e praticamente impermeável. A resposta aos estímulos do jogador é evidente. O passe, o lançamento, o domínio e o chute recebem uma obediência considerável. Os chutes de peito de pé ganham um “veneno”, que faz a alegria do jogador de linha, mas pode trair o goleiro.



PODER DE DECISÃO AOS DELEGADOS!

Senado aprova projeto que amplia poderes de delegados


 
 O Senado aprovou nesta terça-feira (28) projeto que amplia os poderes de investigação dos delegados de polícia, que poderão ter ampla autonomia para a condução de inquéritos.

A proposta, segundo senadores contrários à sua aprovação, reduz as atribuições do Ministério Público ao permitir que os delegados não atendam pedidos ou orientações dos procuradores e promotores.

Com a aprovação, o projeto segue para sanção da presidente Dilma Rousseff.

Ex-procurador da República, o senador Pedro Taques (PDT-MT) disse que um dos artigos do projeto permite "livre convencimento" aos delegados, prerrogativa que lhes permite recusar pedidos feitos pelo Ministério Público.

"Se você tem livre convencimento, se alguém requisita algo para você, é possível ao delegado recusar, como uma diligência, por exemplo", afirmou Taques.

Apesar de não comparar o projeto com a PEC 37, proposta de emenda à Constituição que tira o poder de investigação do Ministério Público, os senadores contrários ao projeto afirmam que o texto enfraquece a atuação dos procuradores.

A PEC limita o poder de investigação apenas às polícias civis e federal, mas permite aos procuradores solicitar ações no curso do inquérito policial e supervisionar a atuação da polícia.

A proposta está em discussão na Câmara, que criou um grupo de trabalho para debater eventuais modificações. O texto deve ser votado no dia 26 de junho pelos deputados. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu hoje à cúpula do Congresso para que a proposta não prospere no Legislativo.

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse que a matéria aprova hoje pelo Senado não tem "qualquer relação" com a PEC 37. "Estamos aqui fortalecendo o poder das polícias, essa questão nada tem a ver com a PEC", afirmou.


CRÍTICAS

Diversos senadores subiram à tribuna para reclamar do pouco tempo que tiveram para analisar o projeto dos delegados.

"Essa matéria carecia de um esclarecimento maior", disse o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). "Não dá para fazer uma votação que nem essa, apressada, longe do contexto geral de todo o conjunto", completou o senador Pedro Simon (PMDB-RS).

O projeto afirma que cabe ao delegado de polícia conduzir as investigações criminais com autonomia para requisitar perícias, documentos e dados "que interessem à apuração dos fatos".

Os delegados também podem, segundo o projeto, conduzir as investigações de acordo com seu "livre convencimento técnico jurídico" e os inquéritos somente podem ser "avocados ou redistribuídos" por superior hierárquico.

O texto também prevê que a remoção do delegado ocorre somente por ato fundamento e seu eventual indiciamento.

Relator do projeto, o senador Humberto Costa (PT-PE) nega que o projeto interfira em qualquer ação do Ministério Público.

"Estamos definindo garantias e deveres do delegado quanto ele estiver à frente do inquérito. As competências do Ministério Público estão preservadas, não há qualquer limitação ao seu poder de investigação", disse Costa. "A Constituição estabelece o controle externo sobre o aparelho policial. Não há qualquer tipo de invasão a essa prerrogativa", completou o relator.

A oposição votou a favor do projeto por considerar que ele não reduz poderes do Ministério Público.