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sábado, 12 de janeiro de 2013

COMPULSIVOS

Entenda quando os gastos excessivos precisam de tratamento

Desorganização financeira pode estar ligada a doenças psicológicas

foto especialista 

As compras e gastos exagerados podem ocorrer por causa da deficiência no planejamento financeiro ou por doença mental. É comum nos consultórios de profissionais de saúde pacientes com sofrimentos pessoais e familiares relacionados ao endividamento, ou mesmo inclusão do nome em serviços de proteção ao crédito. O tratamento ou apoio psicológico é importante para que essa pessoa enfrente adequadamente suas questões pessoais, prevenindo novas fases de desgaste psíquico e a negociação exaustiva com instituições de crédito.
Felizmente, para a maioria absoluta dos casos de indivíduos com comportamento de gastos exagerados, a causa do problema é a falta de educação financeira voltada para o uso racional e planejado do dinheiro recebido, seja por remuneração, rendimentos financeiros, doação ou herança. Nesses casos, o melhor a fazer é encaminhar o paciente para uma escola ou profissional que atue com educação financeira pessoal, ou então para departamentos de instituições financeiras que apresentem apoio para este perfil de clientes. Quando o problema é orientação e a pessoa se dispõe a pesquisar e aprender com profissionais qualificados no tema, os resultados costumam ser rápidos, permanentes e efetivos.
No entanto, os gastos exagerados podem estar relacionados a doenças mentais, como ansiedade, depressão, transtorno bipolar e compra compulsiva ou impulsiva. Logicamente, essa é uma condição mais difícil de ser tratada, mas não impossível, sendo importante o apoio familiar e a atuação profissional adequada, tanto de educadores financeiros como de psiquiatras e psicólogos. Entenda as relações mais comuns entre compra compulsiva e outras doenças e quais as formas de tratamento:

Dependência química

A dependência química de substâncias lícitas como o álcool ou de drogas ilícitas como cocaína e crack pode resultar em dificuldades funcionais que levam a perdas financeiras graves - isso porque um dos critérios da dependência é a dificuldade de controle das finanças e do uso das substâncias. Não é incomum também situações nas quais a pessoa com problemas relacionados a dinheiro inicie um vício para aliviar a angústia, piorando ainda mais o problema. A boa notícia é que neste caso há possibilidade de tratamento profissional com equipes multiprofissionais, constituídas por psicólogos, psiquiatras e outros profissionais.

Transtorno bipolar

Outro problema que pode repercutir nos gastos é o transtorno afetivo bipolar, pois o portador deste distúrbio comporta-se com exageros variados sem condições de controle pelo bom senso, incluindo compras exageradas de mercadorias e serviços sem utilidade ou então a aquisição de várias unidades do mesmo produto. Neste caso, o descontrole tende a ser restrito a fase aguda da doença, que é periódica e pode ser tratada adequadamente com medicamentos ou internação, dependendo da gravidade.

Viciados em jogo

O caso dos jogadores compulsivos é um grande desafio, porque apesar de gastarem muito tempo e dinheiro com jogos mesmo diante de grandes perdas, é comum a insistência nas apostas em função da idéia distorcida e persistente que em breve ele irá recuperar tudo. Nesses casos, são frequentes os relatos em que todos os bens da família foram perdidos ou colocados como garantia de empréstimos. Esse quadro psíquico também possui tratamento, apesar de geralmente existir muita dificuldade do indivíduo em se aceitar doente e procurar ajuda psiquiátrica. Muitas vezes as repercussões da justiça levam a necessidade de procura do médico psiquiatra forense para esclarecer as relações entre o adoecimento mental e as repercussões financeiras de endividamento.

Compra compulsiva

Outro sofrimento psíquico que tem como característica principal o gasto exagerado com repercussões em várias esferas da vida é a compra compulsiva. Nesse caso há um conjunto de critérios diagnósticos, ainda sem causa claramente estabelecida, que leva aos procedimentos de aquisição de serviços e bens repetidamente, sem necessidade real e sem planejamento financeiro. Mesmo sem tratamento específico, há um conjunto de estratégias terapêuticas usadas por psicólogos e psiquiatras para conter este problema com bons resultados, desde que haja adesão do paciente e apoio permanente da família.

Quando procurar ajuda?

Embora a maioria das pessoas com comprometimento da vida financeira não sofra de doença psíquica, mas sim da falta de orientação financeira, é importante procurar um psicólogo ou psiquiatra sempre que os gastos excessivos estiverem atrapalhando o andamento da vida pessoal. Para os casos de adoecimento mental, existem grupos de apoio, como Alcoólicos Anônimos e Jogadores Compulsivos Anônimos. No entanto, ainda sim é importante o tratamento também com profissionais de saúde. Em casos mais graves a correção do comportamento é mais demorada, com necessidade de vários profissionais de saúde, ou pelo menos do psiquiatra e do psicólogo.
É importante frisar que para qualquer tipo de gasto inadequado e causador de danos pessoais e familiares há possibilidades reais de reversão, desde que haja humildade e permissão do indivíduo para a busca adequada de tratamento. Quando se tratam de gastos excessivos com repercussões financeiras e judiciais, fica pertinente ao juiz nomear peritos como psiquiatras e psicólogos forenses, ou então aos advogados das partes envolvidas contratarem assistentes técnicos psiquiatras e psicólogos forenses, para melhor avaliar a relação entre a sanidade mental do indivíduo e as repercussões judiciais. Quando a prova técnica mostra que o endividamento foi uma consequência de prejuízo da saúde mental, é mais fácil negociar uma solução entre endividado e credor ou vendedor, que não considerou o adoecimento do comprador ou indivíduo que contraiu empréstimos.

FILANTROPIAS COM ESTRANGEIROS

Casa do Imigrante abusa de boa vontade de igreja e transfere imigrantes para paróquia sem autorização

O padre da Paróquia de São Geraldo, no bairro de mesmo nome, Zona Centro-Sul de Manaus, Valdecir Mayer Nolinari, denunciou ao acritica.com que o governo do Estado encaminhou peruanos que estavam na Casa do Imigrante para o templo religioso sem autorização

Paróquia de São Geraldo
Paróquia de São Geraldo (reprodução/nternet)
O padre da Paróquia de São Geraldo, no bairro de mesmo nome, Zona Centro-Sul de Manaus, Valdecir Mayer Nolinari, denunciou ao acritica.com o que ele classifica como um abuso do Governo do Estado, que sem autorização, encaminhou, na manhã deste sábado (12), à igreja, quatro peruanos (dois deles crianças) recém-chegados à capital, transferindo a obrigação de acolhê-los a ele.
 “Só esta semana recebemos 50 haitianos e não recebemos nenhuma ajuda do Estado para encaminhá-los. Eles (representantes da Casa do Imigrante) me ligaram pedindo ajuda e eu disse que era impossível, devido à grande quantidade de haitianos que chegou essa manhã (dez no total). E, ainda assim, os trouxeram para cá”, disse o religioso, indignado.
A Paróquia de São Geraldo passou a ser conhecida pela população de Manaus em 2011, quando começou a receber imigrantes haitianos que saíram do país de origem após um terremoto que o devastou meses antes e vieram para o Brasil, a maioria entrando pela Colômbia e seguindo para o Amazonas.
No início de 2012, mais de 1,3 mil haitianos recebiam apoio da igreja, que viabilizava por meio de doações da Arquidiocese de Manaus e da sociedade, roupas, colchões e, principalmente, comida.
À época, o padre, por reiteradas vezes, pediu ajuda ao governo estadual via imprensa, para acolher os haitianos, já que muitos chegavam doentes e a maioria não sabia falar português e não tinha onde ficar na capital amazonense.
No início do ano, lembrou o padre, o Estado doou alguns colchões e alimentos para contribuir com a ação filantrópica. Em seguida, o governo federal destinou recursos para apoio aos imigrantes no Estado. Depois disso, afirmou Valdecir, eles continuaram chegando, mas as ajudas cessaram.
“Só esta semana chegaram 50, dez deles hoje. Alguém me ligou da Jacamim (Casa do Imigrante, localizada na avenida Djalma Batista, próximo à rodoviária), perguntando se eu poderia acolher os peruanos e eu disse que era impossível. Mesmo assim, os trouxeram para cá. Tive uma discussão com a mulher que os trouxe e ela disse que os levaria de volta à rodoviária, mas acabou deixando eles aqui”, reclamou o padre.
Valdecir destaca que, atualmente, além dos haitianos recém-chegados, a igreja auxilia outros 60 que moram em uma casa alugada pela igreja no conjunto Parque das Laranjeiras, Flores, Zona Centro-Sul, e outro grupo que ele não sobre precisar por quantas pessoas é composto, onde estão os imigrantes doentes que recebem tratamento.
A reportagem do acritica.com tentou entrar em contato com a Agência de Comunicação do Amazonas (Agecom) pelos números 3303-8372 e 81****44 durante a tarde mas não obteve resposta.

POLICIA DE MÃOS AMARRADAS

PMs do Ronda no Bairro não vão atender ordem de Comando Geral

Comandante do programa disse que PMs não vão deixar de perseguir suspeitos de crimes se  for preciso

Amadeu Soares disse que PMs não atenderão suposta ordem
Amadeu Soares,coordenador do programa Ronda no Bairro, disse que PMs não atenderão suposta ordem (Euzivaldo Queiroz )
Os policiais militares do programa Ronda no Bairro não vão cumprir a determinação do comandante-geral da Polícia Militar (PM) do Amazonas, coronel Almir Davi, que proibiu os PMs de perseguirem suspeitos de crimes. A afirmação é do coordenador do programa, coronel Amadeu Soares. “Isso não vai acontecer. As viaturas do Ronda vão continuar perseguindo suspeitos, se for preciso. O que não vai mais acontecer é atirar em área urbana”, afirmou.
Amadeu Soares disse não saber de nenhuma determinação, mas classificou a medida como “absurda”. “É claro que é mais inteligente fazer um cerco do que sair a 120 km/h perseguindo um suspeito e colocando em risco a vida do próprio policial e de terceiros, que estão nas ruas. Mas a função da polícia é combater o crime e se, para isso, for preciso fazer uma perseguição, eles vão fazer”.
A medida, segundo fontes de A CRÍTICA, teria sido motivada pelos recentes incidentes ocorridos durante perseguições policiais, algumas resultando na morte de suspeitos perseguidos, e também pelo objetivo de evitar danos às viaturas que, no caso do programa Ronda no Bairro, são alugadas.
O assessor de Comunicação da PM, coronel Euler Cordeiro, esclareceu que a recomendação do Comando Geral é no sentido de orientar os policiais a acompanhar os infratores, mantendo a segurança. “O acompanhamento é seguir, em segurança, informando todas as redes amigas, que vão tentar fazer o bloqueio”, explicou.
Omissão
Mas, de acordo com policiais militares entrevistados pelo programa A CRÍTICA NA TV, a ordem foi clara no sentido de não iniciar perseguições a suspeitos de crimes, mesmo que o fato aconteça na frente deles, como relatou um dos PMs, que não quis se identificar, temendo represálias. “É determinação não perseguir moto, nem carro, nem ninguém, nem se eu ver a pessoa roubando na minha frente”, relatou o policial.
Coincidência ou não, a medida foi tomada pela PM depois de casos desastrosos de perseguições empreendidas por policiais militares. Em um deles, no domingo, o segurança Jorge Siqueira Brilhante, 35, morreu após a motocicleta que ele pilotava ser atingida por uma viatura 8ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), no cruzamento entre as avenidas Aruanã e Brasil, no bairro da Compensa, Zona Oeste, e cair no igarapé do Franco.
Segundo a polícia, ele trafegava sem capacete e tentou fugir de uma blitz, mas foi perseguido pelos PMs. A família do segurança acusou os policiais militares de atropelarem e matarem o vigilante propositadamente.