Rivalidade entre presos do Centro de Detenção Provisória (CDP) motivou rebelião
De acordo com o Coronel Bernardo Encarnação, secretário executivo da Secretaria de Justiça do Amazonas (Sejus-AM), a rivalidade entre os presos deu início à manifestação. Conforme Encarnação, eles exigiam a transferência de outros detentos. Familiares de presidiários no local disseram que os presos também reivindicavam melhorias no espaço destinado às visitas
A polícia militar foi descolada para o Centro de Detenção
Provisória de Manaus. Uma rebelião inicia na tarde deste sábado (17) tem
pelo menos três reféns
Presos
do Centro de Detenção Provisória (CDP), em Manaus, situado no km 8 da
BR-174, se rebelaram na tarde deste sábado (17), em torno das 13h50. O
motim, que terminou por volta das 16h, ocorreu devido à rivalidades
entre detentos da unidade. Sete pessoas foram feitas reféns, entre elas
um advogado, cinco agentes carcerários e um enfermeiro.
Ao
fim, 27 presos foram transferidos para a Unidade Prisional do
Puraquequara. Viaturas da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (ROCAM), da
26º Companhia Interativa Comunitária (Cicom), do Batalhão de Choque da
Polícia Militar (PM), do Depen/MJ, da Força Tática e do Serviço de
Atendimento Médico de Urgência (Samu) atuaram na contenção da rebelião.
Não houve mortos ou feridos.
Familiares
dos detentos que estavam na parte interior do CDP no início da rebelião
afirmaram que uma das reivindicações dos presos também se referiam às
más condições dos espaços destinados à visita. Aproximadamente 200
pessoas estavam na unidade em visita aos internos.
"Os
banheiros estão sujos, a água é quente, ficamos expostos ao sol e à
chuva com nossas crianças, não há possibilidade de visita íntima por
conta da superlotação das celas. Eles não querem violência, querem o
mínimo de condições", disse a esposa de um detento, que não quis ser
identificada. Ainda segundo a esposa, os presos queimaram colchões,
quebraram objetos e destruíram algumas câmeras de segurança da unidade.
A
mãe de um detento, que também pediu para não ter a identidade revelada,
afirmou que o motim iniciou na ala dos detentos que estavam sem
visitas. Segundo ela, eles pegaram facas e queriam invadir o pátio
reservado para visitas, pois estavam inconformados com o fato de não
receberem tal benefício.
A
dona de casa Maria da Conceição Gregório, 42, mãe de um detento de 19
anos, disse que houve um tiroteio por parte da polícia para conter a
manifestação dos presos.
Transferência como exigência
O coronel Bernardo Encarnação, secretário executivo da Secretaria de Justiça do Amazonas (Sejus-AM), justificou porque a rivalidade entre os presos deu início à manifestação.
O coronel Bernardo Encarnação, secretário executivo da Secretaria de Justiça do Amazonas (Sejus-AM), justificou porque a rivalidade entre os presos deu início à manifestação.
"Nós
tivemos um princípio de rebelião. A exigência era a transferência de um
grupo de presos e além disso nós tivemos a presença de visitantes, o
que mais nos preocupou. São rivalidades que são trazidas lá de fora aqui
pra dentro. Conseguimos resolver a situação de imediato, sempre com a
preocupação de preservar a integridade física de todos", ressaltou o
coronel.
Segundo
o coronel, os detentos exigiam a transferência de outros presos. "Eles
chegaram a adentrar a cozinha e retirar alguns mantimentos e também
facas. No momento de trancar as celas, as armas foram entregues. Houve
uma negociação que implicava exatamente na liberação dos reféns, para
que, em troca, fizéssemos a transferência”, certificou Encarnação.
Sobre
o questionamento dos familiares em relação aos espaços destinados à
visita, o coronel explicou: "No final da semana passada conversamos
sobre isso. O que falta é a adequação do local e a Secretaria de Justiça
já providenciou essa adequação. A partir de segunda-feira (19), este
local já estará sendo adequado às melhores condições de visita",
salientou. Ao todo, o Centro de Detenção Provisória possui 856 presos.
Em
relação aos presidiários que não recebem visitas, o coronel pontuou que
isso corresponde a decisões familiares ou medidas corretivas. "Para não
receber visita, ou é porque o familiar simplesmente opta por não
visitar ou se for alguma sanção disciplinar. Não existe 'um grupo que
não recebe visitas'. Isso só acontece se o familiar optar por não
visitá-lo", justificou o secretário executivo.
Encarnação
também falou acerca das medidas a serem tomadas em relação ao princípio
de motim. "A Sejus vai instaurar uma sindicância e, ao final, nós
iremos avaliar a possibilidade de punição", finalizou Encarnação.Obs: Milhões de Reais são investidos nesse setor,para que presos venham ter exigência aceitas só no brasil.
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