As exoluas podem nos dar vislumbres reais de possíveis mundos habitáveis
Os planetas são aclamados como possíveis candidatos em abrigar a vida humana ou de outros seres, mas quando analisamos melhor vemos que as exoluas podem ser as “estrelas deste palco”.
Os cientistas
desenvolvem pesquisas utilizando imagens que fornecem pistas inéditas
sobre a capacidade das luas em suportar vida, fornecendo “assinaturas
químicas” através de técnicas inovadoras.
Até o momento, 800 planetas (também chamados de exoplanetas) foram
encontrados fora do Sistema Solar utilizando métodos indiretos. Uma das
técnicas utilizadas é verificar o escurecimento do brilho de uma
estrela quando um planeta passa em sua frente.
Os pesquisadores dizem que este método é eficaz, mas quando a procura é por planetas rochosos parecidos com a Terra, a coisa muda de figura.
A questão principal é a necessidade de distância adequada. As estrelas
com grande brilho precisam estar distantes o suficiente de seus
planetas para que os cientistas possam identificar de modo razoável o
escurecimento quando um planeta passar em sua frente, caso contrário o
brilho ofuscará totalmente a passagem e nada será visível.
Isso significa que a maioria dos planetas encontrados atualmente estava
fora da chamada zona habitável, uma região não muito distante e nem
tão próxima da estrela, possibilitando a conservação de água líquida.
Algumas técnicas levam em consideração o calor do planeta, mas neste
caso eles podem ser jovens demais para abrigar vida, com temperaturas bastante elevadas.
Aquecimento de Maré
Luas que orbitam Júpiter podem sofrer severamente com a ação
gravitacional do gigante gasoso, sendo esticadas e amassadas
constantemente, mantendo o seu interior aquecido. Este processo,
chamado de aquecimento de maré, é conhecido por manter o calor estável.
Os pesquisadores descobriram que para uma lua ser detectada através do
calor por telescópios terrestres como Keck no Havaí ou por espaciais
como o Hubble e o Spitzer, elas devem ter temperatura em torno de 700º
C, algo muito escaldante para existir possibilidade de abrigar vida.
Futuros telescópios conseguirão identificar luas em temperaturas mais baixas. O James Webb Space Telescope será capaz de identificar exoluas em temperaturas extremamente confortáveis, em torno de 27ºC.
Fenômeno Desfavorável
O calor gerado em uma lua pela compressão da gravidade de um imenso
planeta não pode ser visto como uma “benção” para a possibilidade do
desenvolvimento de vida. A compressão gera calor, mas também pode
provocar atividades sísmicas e criar imensos vulcões, expelindo gases
sulforosos e tóxicos.
O que isso significa na prática? A manutenção de temperatura em uma lua
através do fenômeno de aquecimento de maré é uma “faca de dois gumes”.
Enquanto o fenômeno possibilita temperaturas agradáveis acima dos 0ºC,
a atividade vulcânica na superfície pode tornar a lua um ambiente
infernal, impossibilitando o desenvolvimento de formas primitivas de
vida.
Os pesquisadores ainda não sabem se a existência de luas fora do
Sistema Solar é algo extremamente comum ou inacreditavelmente raro, só
maiores explorações com instrumentos avançados para responder essa
dúvida.
As novas tecnologias que serão aplicadas nas próximas décadas abre
caminho para a tentadora possibilidade de “exomundos”, derrubando o
mito de que a vida possa existir em planetas distantes. Talvez, a vida
já exista, mas em corpos celestes que poucos dão o devido valor: as
luas.
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