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sábado, 29 de dezembro de 2012

ARQUEOLOGIA DESCOBRIU SOBRE A BIBLIA!

Descobertas da arqueologia indicam que a maior parte das escrituras sagradas não passa de lenda


imagem internet
A disputa entre ciência e religião pela posse da verdade é antiga. No Ocidente, começou no século XVI, quando Galileu defendeu a tese de que a Terra não era o centro do Universo. Essa primeira batalha foi vencida pela Igreja, que obrigou Galileu a negar suas idéias para não ser queimado vivo. Mas o futuro dessa disputa seria diferente: pouco a pouco, a religião perdeu a autoridade para explicar o mundo. Quando, no século XIX, Darwin lançou sua teoria sobre a evolução das espécies, contra a idéia da criação divina, o fosso entre ciência e religião já era intransponível. Nas últimas décadas, a Bíblia passou a ser alvo de ciências como a filologia (o estudo da língua e dos documentos escritos), a arqueologia e a história. E o que os cientistas estão provando é que o livro mais importante da história é, em sua maior parte, uma coleção de mitos, lendas e propaganda religiosa.
Primeiro livro impresso por Guttemberg, no século XV, e o mais vendido da história, a Bíblia reúne escritos fundamentais para as três grandes religiões monoteístas – Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Na verdade, a Bíblia é uma biblioteca de 73 livros escritos em momentos históricos diferentes. O Velho Testamento, aceito como sagrado por judeus, cristãos e muçulmanos, é composto de 46 livros que pretendem resumir a história do povo hebreu desde o suposto chamamento de Abraão por Deus, que teria ocorrido por volta de 1850 a.C., até a conquista da Palestina pelos exércitos de Alexandre Magno e as revoltas do povo judeu contra o domínio grego, por volta de 300 a.C. Os 27 livros do Novo Testamento abarcam um período bem menor: cerca de 70 anos que vão do nascimento de Jesus à destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C.
O coração do Velho Testamento são os primeiros cinco livros, que compõem a Torá do Judaísmo (a palavra significa “lei”, em hebraico). Em grego, o conjunto desses livros recebeu o nome de Pentateuco (“cinco livros”). São considerados os textos “históricos” da Bíblia, porque pretendem contar o que ocorreu desde o início dos tempos, inclusive a criação do homem – que, segundo alguns teólogos, teria ocorrido em 5000 a.C. O Pentateuco inclui o Gênesis (o “livro das origens”, que narra a criação do mundo e do homem até o dilúvio universal), o Êxodo (que narra a saída dos judeus do Egito sob a liderança de Moisés) e os Números (que contam a longa travessia dos judeus pelo deserto até a chegada a Canaã, a terra prometida).
Das três ciências que estudam a Bíblia, a arqueologia tem se mostrado a mais promissora. “Ela é a única que fornece dados novos”, diz o arqueólogo israelense Israel Finkelstein, diretor do Instituto de Arqueologia da Universidade de Tel Aviv e autor do livro The Bible Unearthed (A Bíblia desenterrada, inédito no Brasil), publicado no ano passado. A obra causou um choque em estudiosos de arqueologia bíblica, porque reduz os relatos do Antigo Testamento a uma coleção de lendas inventadas a partir do século VII a.C.
O Gênesis, por exemplo, é visto como uma epopéia literária. O mesmo vale para as conquistas de David e as descrições do império de Salomão.
A ciência também analisa os textos do Novo Testamento, embora o campo de batalha aqui esteja muito mais na filologia. A arqueologia, nesse caso, serve mais para compor um cenário para os fatos do que para resolver contendas entre as várias teorias. O núcleo central do Novo Testamento são os quatro evangelhos. A palavra evangelho significa “boa nova” e a intenção desses textos é clara: propagandear o Cristianismo. Três deles (Mateus, Marcos e Lucas) são chamados sinóticos, o que pode ser traduzido como “com o mesmo ponto de vista”. Eles contam a mesma história, o que seria uma prova de que os fatos realmente aconteceram. Não é tão simples. O problema central do Novo Testamento é que seus textos não foram escritos pelos evangelistas em pessoa, como muita gente supõe, mas por seus seguidores, entre os anos 60 e 70, décadas depois da morte de Jesus, quando as versões estavam contaminadas pela fé e por disputas religiosas.
Nessa época, os cristãos estavam sendo perseguidos e mortos pelos romanos, e alguns dos primeiros apóstolos, depois de se separarem para levar a “boa nova” ao resto do mundo, estavam velhos e doentes. Havia, portanto, o perigo de que a mensagem cristã caísse no esquecimento se não fosse colocada no papel. Marcos foi o primeiro a fazer isso, e seus textos serviram de base para os relatos de Mateus e Lucas, que aproveitaram para tirar do texto anterior algumas situações que lhes pareceram heresias. “Em Marcos, Jesus é uma figura estranha que precisa fazer rituais de magia para conseguir um milagre”, afirma o historiador e arqueólogo André Chevitarese.
Para tentar enxergar o personagem histórico de Jesus através das camadas de traduções e das inúmeras deturpações aplicadas ao Novo Testamento, os pesquisadores voltaram-se para os textos que a Igreja repudiou nos primeiros séculos do Cristianismo. Ignorados, alguns desapareceram. Mas os fragmentos que nos chegaram tiveram menos intervenções da Igreja ao longo desses 2 000 anos. Parte desses evangelhos, chamados “apócrifos” (não se sabe ao certo quem os escreveu), fazem parte de uma biblioteca cristã do século IV descoberta em 1945 em cavernas do Egito. Os evangelhos estavam escritos em língua copta (povo do Egito).
O fato de esses textos terem sido comprovadamente escritos nos primeiros séculos da era cristã não quer dizer que eles sejam mais autênticos ou contenham mais verdades que os relatos que chegaram até nós como oficiais. Pelo contrário, até. Os coptas, que fundariam a Igreja cristã etíope, foram considerados hereges, porque não aceitavam a dupla natureza de Jesus (humana e divina). Para eles, Jesus era apenas divino e os textos apócrifos coptas defendem essa versão. Mesmo assim, eles trazem pistas para elucidar os fatos históricos.
A tentativa de entender o Jesus histórico buscando relacioná-lo a uma ou outra corrente religiosa judaica também foi infrutífera, como ficou demonstrado no final da tradução dos pergaminhos do Mar Morto, anunciada recentemente. Esses papéis, achados por acaso em cavernas próximas do Mar Morto, em 1947, criaram a expectativa de que pudesse haver uma ligação entre Jesus e os essênios, uma corrente religiosa asceta, cujos adeptos viviam isolados em comunidades purificando-se à espera do messias. O fim das traduções indica que não há qualquer ligação direta entre Jesus e os essênios, a não ser a revolta comum contra a dominação romana.
O resultado é que, depois de dois milênios, parece impossível separar o verdadeiro do falso no Novo Testamento. O pesquisador Paul Johnson, autor de A História do Cristianismo, afirma que, se extrairmos, de tudo o que já se escreveu sobre Jesus, só o que tem coerência histórica e é consenso, restará um acontecimento quase desprovido de significado. “Esse ‘Jesus residual’ contava histórias, emitiu uma série de ditos sábios, foi executado em circunstâncias pouco claras e passou a ser, depois, celebrado em cerimônia por seus seguidores.”
O que sabemos com certeza é que Jesus foi um judeu sectário, um agitador político que ameaçava levantar os dois milhões de judeus da Palestina contra o exército de ocupação romano. Tudo o mais que se diz dele precisa da fé para ser tomado como verdade. Assim como aconteceu com Moisés, David e Salomão do Velho Testamento, a figura de Jesus sumiu na névoa religiosa.
O Dilúvio
No Gênesis, a história do dilúvio é uma das poucas que ainda alimenta o interesse dos cientistas, depois que os físicos substituíram a criação do mundo pelo Big Bang e Darwin substituiu Adão pelos macacos. O que intrigou os pesquisadores foi o fato de uma história parecida existir no texto épico babilônico de Gilgamesh – o que sugere que uma enchente de enormes proporções poderia ter acontecido no Oriente Médio e na Ásia Menor. Parte do mistério foi solucionado quando os filólogos conseguiram demonstrar que a narrativa do Gênesis é uma apropriação do mito mesopotâmico. “Não há dúvida de que os hebreus se inspiraram no mito de Gilgamesh para contar a história do dilúvio”, afirma Rafael Rodrigues da Silva, professor do Departamento de Teologia da PUC de São Paulo, especialista na exegese do Antigo Testamento.
O povo hebreu entrou em contato com o mito de Gilgamesh no século VI a.C. Em 598 a.C., o rei babilônico Nabucodonosor, depois de conquistar a Assíria, invadiu e destruiu Jerusalém e seu templo sagrado. No ano seguinte, os judeus foram deportados para a Babilônia como escravos. O chamado exílio babilônico durou 40 anos. Em 538 a.C., Ciro, o fundador do Império Persa, depois de submeter a Babilônia permitiu o retorno dos judeus à Palestina. Os rabinos ou “escribas” começaram a reconstruir o Templo e a reescrever o Gênesis para, de alguma forma, dar um sentido teológico à terrível experiência do exílio. Assim, a ameaça do dilúvio seria uma referência à planície inundável entre os rios Tigre e Eufrates, região natal de Nabucodonosor; os 40 dias de chuva seriam os 40 anos do exílio; e a aliança final de Deus com Noé, marcada pelo arco-íris, uma promessa divina de que os judeus jamais seriam exilados.
Solucionado o mistério do dilúvio na Bíblia, continua o da sua origem no texto de Gilgamesh. No final da década de 90, dois geólogos americanos da Universidade Columbia, Walter Pittman e Willian Ryan, criaram uma hipótese: por volta do ano 5600 a.C., ao final da última era glacial, o Mar Mediterrâneo havia atingido seu nível mais alto e ameaçava invadir o interior da Ásia na região hoje ocupada pela Turquia, mais precisamente a Anatólia. Num evento catastrófico, o Mediterrâneo irrompeu através do Estreito de Bósforo (ver infográfico na página 44), dando origem ao Mar Negro como o conhecemos hoje. Um imenso vale de terras férteis e ocupado por um lago foi inundado em dois ou três dias.
Os povos que ocupavam os vales inundados tiveram que fugir às pressas e o mais provável é que a maioria tenha morrido. Os sobreviventes, porém, tinham uma história inesquecível, que ecoaria por milênios. Alguns deles, chamados ubaids, atravessaram as montanhas da Turquia e chegaram à Mesopotâmia, tornando-se os mais antigos ancestrais de sumérios, assírios e babilônios. Estaria aí a origem da narrativa de Gilgamesh. Essa teoria foi recebida por arqueólogos e antropólogos como fantástica demais para ser verdadeira.
No entanto, no verão de 2000, o caçador de tesouros submersos Robert Ballard, o mesmo que encontrou os restos do Titanic, levou suas poderosas sondas para analisar o fundo do Mar Negro nas proximidades do que deveriam ser vales de rios antes do cataclisma aquático. Ballard encontrou restos de construções primitivas e a análise da lama colhida em camadas profundas do oceano provaram que, há 7 600 anos, ali existia um lago de água doce. A hipótese do grande dilúvio do Mar Negro estava provada.
O Êxodo
Não há registro arqueológico ou histórico da existência de Moisés ou dos fatos descritos no Êxodo. A libertação dos hebreus, escravizados por um faraó egípcio, foi incluída na Torá provavelmente no século VII a.C., por obra dos escribas do Templo de Jerusalém, em uma reforma social e religiosa. Para combater o politeísmo e o culto de imagens, que cresciam entre os judeus, os rabinos inventaram um novo código de leis e histórias de patriarcas heróicos que recebiam ensinamentos diretamente de Jeová. Tais intenções acabaram batizadas de “ideologia deuteronômica”, porque estão mais evidentes no livro Deuteronômio. A prova de que esses textos são lendas estaria nas inúmeras incongruências culturais e geográficas entre o texto e a realidade. Muitos reinos e locais citados na jornada de Moisés pelo deserto não existiam no século XIII a.C., quando o Êxodo teria ocorrido. Esses locais só viriam a existir 500 anos depois, justamente no período dos escribas deuteronômicos.
Também não havia um local chamado Monte Sinai, onde Moisés teria recebido os Dez Mandamentos. Sua localização atual, no Egito, foi escolhida entre os séculos IV e VI d.C., por monges cristãos bizantinos, porque ele oferecia uma bela vista. Já as Dez Pragas seriam o eco de um desastre ecológico ocorrido no Vale do Nilo quando tribos nômades de semitas estiveram por lá (veja infográfico na página 45).
Vejamos agora o caso de Abraão, o patriarca dos judeus. Segundo a Bíblia, ele era um comerciante nômade que, por volta de 1850 a.C., emigrou de Ur, na Mesopotâmia, para Canaã (na Palestina). Na viagem, ele e seus filhos comerciavam em caravanas de camelos. Mas não há registros de migrações de Ur em direção a Canaã que justifiquem o relato bíblico e, naquela época, os camelos ainda não haviam sido domesticados. Aqui também há erros geográficos: lugares citados na viagem de Abraão, como Hebron e Bersheba, nem existiam então. Hoje, a análise filológica dos textos indica que Abraão foi introduzido na Torá entre os séculos VIII e VII a.C. (mais de 1 000 anos após a suposta viagem).
Então, como surgiu o povo hebreu? Na verdade, hebreus e canaanitas são o mesmo povo. Por volta de 2000 a.C., os canaanitas viviam em povoados nas terras férteis dos vales, enquanto os hebreus eram nômades das montanhas. Foi o declínio das cidades canaanitas, acossadas por invasores no final da Idade do Bronze (300 a.C. a 1000 a.C.), que permitiu aos hebreus ocupar os vales. Segundo a Bíblia, os hebreus conquistaram Canaã com a ajuda dos céus: na entrada de Jericó, o exército hebreu toca suas trombetas e as muralhas da cidade desabam, por milagre. Mas a ciência diz que Jericó nem tinha muralhas nessa época. A chegada dos hebreus teria sido um longo e pacífico processo de infiltração.
David e Salomão
Há pouca dúvida de que David e Salomão existiram. Mas há muita controvérsia sobre seu verdadeiro papel na história do povo hebreu. A Bíblia diz que a primeira unificação das tribos hebraicas aconteceu no reinado de Saul. Seu sucessor, David, organizou o Estado hebraico, eliminando adversários e preparando o terreno para que seu filho, Salomão, pudesse reinar sobre um vasto império. O período salomônico (970 a.C. a 930 a.C.) teria sido marcado pela construção do Templo de Jerusalém e a entronização da Arca da Aliança em seu altar.
Não há registros históricos ou arqueológicos da existência de Saul, mas a arqueologia mostra que boa parte dos hebreus ainda vivia em aldeias nas montanhas no período em que ele teria vivido (por volta de 1000 a.C.) – assim, Saul seria apenas um entre os muitos líderes tribais hebreus. Quanto a David, há pelos menos um achado arqueológico importante: em 1993 foi encontrada uma pedra de basalto datada do século IX a.C. com escritos que mencionam um rei David.
Por outro lado, não há qualquer evidência das conquistas de David narradas na Bíblia, como sua vitória sobre o gigante Golias. Ao contrário, as cidades canaanitas mencionadas como destruídas por seus exércitos teriam continuado sua vida normalmente. Na verdade, David não teria sido o grande líder que a Bíblia afirma. Seu papel teria sido muito menor. Ele pode ter sido o líder de um grupo de rebeldes que vivia nas montanhas, chamados apiru (palavra de onde deriva a palavra hebreu) – uma espécie de guerrilheiro que ameaçava as cidades do sul da Palestina. Quanto ao império salomônico cantado em verso e prosa na Torá hebraica, a verdade é que não foram achadas ruínas de arquitetura monumental em Jerusalém ou qualquer das outras cidades citadas na Bíblia.
O principal indício de que as conquistas de David e o império de Salomão são, em sua maior parte, invenções é que, no período em que teriam vivido, a arqueologia prova que a cultura canaanita (que, segundo a Bíblia, teria sido destruída) continuava viva. A conclusão é que David e Salomão teriam sido apenas pequenos líderes tribais de Judá, um Estado pobre e politicamente inexpressivo localizado no sul da Palestina.
Na verdade, o grande momento da história hebraica teria acontecido não no período salomônico, mas cerca de um século mais tarde. Entre 884 e 873 a.C., foi fundada Samária, a capital do reino de Israel, no norte da Palestina, sob a liderança do rei israelita Omri. Enquanto Judá permanecia pobre e esquecida no sul, os israelitas do norte faziam alianças com os assírios e viviam um período de grande desenvolvimento econômico. A arqueologia demonstrou que os monumentos normalmente atribuídos a Salomão foram, na verdade, erguidos pelos omridas. Ou seja: o primeiro grande Estado judaico não teve a liderança de Salomão, e sim dos reis da dinastia omrida.
Enriquecido pelos acordos comerciais com Assíria e Egito, o rei Ahab, filho de Omri, ordena a construção dos palácios de Megiddo e as muralhas de Hazor, entre outras obras. Hoje, os restos arqueológicos desses palácios e muralhas são o principal ponto de discórdia entre os arqueólogos que estudam a Torá. Muitos ainda os atribuem a Salomão, numa atitude muito mais de fé do que de rigor científico, já que as datações mais recentes indicam que Salomão nunca ergueu palácios.
Judá
Entender a história de Judá é fundamental para entender todo o Velho Testamento. Até o século VIII a.C., Judá era apenas uma reunião de tribos vivendo numa região desértica do sul da Palestina. Em 722 a.C., porém, os assírios resolvem conquistar as ricas planícies e cidades de Israel – o reino do norte, mais desenvolvido economicamente e mais culto. Judá, no sul, que não pareceu interessar aos assírios, pôde continuar independente, desde que pagasse tributos ao império assírio.
Assim, enquanto no norte acontece uma desintegração dos hebreus, levados para a Assíria como escravos, no sul eles continuam unidos em torno do Templo de Jerusalém. Judá beneficiou-se enormemente da destruição do reino do norte. Jerusalém cresceu rapidamente e cidades como Lachish, que servia de passagem antes de chegar a Jerusalém, foram fortificadas. Era o momento de Judá tomar a frente dos hebreus. Para isso, precisaria de duas coisas: um rei forte e um arsenal ideológico capaz de convencer as tribos do norte de que Judá fora escolhida por Deus para unir os hebreus. Além disso, era preciso combater o politeísmo que voltava a crescer no norte.
Josias foi o candidato a assumir a posição de rei unificador. Durante uma reforma no Templo de Jerusalém, em seu governo, foi “encontrado” (na verdade, não há dúvidas de que o livro foi colocado ali de propósito) o livro Deuteronômio, com todos os ingredientes para um ampla reforma social e religiosa. O livro possui até profecias que afirmam, por exemplo, que um rei chamado Josias, da casa de David, seria escolhido por Deus para salvar os hebreus. Ungido pelo relato do livro, o ardiloso Josias consegue seu objetivo de centralizar o poder, mas acaba morto em batalha. Judá revolta-se contra os assírios e o rei da Assíria, Senaqueribe, invade a região, destruindo Lachish e submetendo Jerusalém. A destruição de Lachish, narrada com riqueza de detalhes na Bíblia, também aparece num relevo encontrado em Nínive, a antiga capital assíria. E as escavações comprovaram que a Bíblia e o relevo são fiéis ao acontecido. Ou seja: nesse caso, a arqueologia provou que a Torá foi fiel aos fatos.
Jesus
Segundo o Novo Testamento, Jesus nasceu em Belém, uma cidadezinha localizada oito quilômetros ao sul de Jerusalém, filho do carpinteiro José e de uma jovem chamada Maria, que o concebeu sem macular sua virgindade. Os evangelhos de Lucas e Mateus afirmam que Jesus nasceu “perto do fim do reino de Herodes”. O texto de Lucas afirma que a anunciação aconteceu em Nazaré, onde José e Maria viviam, mas eles foram obrigados a viajar até Belém pelo censo “ordenado quando Quirino era governador da Síria”.
Hoje, o que se sabe de concreto sobre Jesus é que ele nasceu na Palestina, provavelmente no ano 6 a.C., ao final do reinado de Herodes Antibas (que acabou em 4 a.C.). A diferença entre o nascimento real de Jesus e o ano zero do calendário cristão se deve a um erro de cálculo. No século VI, quando a Igreja resolveu reformular o calendário, o monge incumbido de fazer os cálculos cometeu um erro. Além disso, é praticamente certo que Jesus nasceu em Nazaré e não em Belém. A explicação que o texto de Lucas dá para a viagem de Jesus até Belém seria falsa. Os registros romanos mostram que Quirino (aquele que teria feito o censo que obrigou a viagem a Belém) só assumiu no ano 6 d.C. – 12 anos depois do ano de nascimento de Jesus. A história da viagem a Belém foi criada porque a tradição judaica considerava essa cidade o berço do rei David – e o messias deveria ser da linhagem do primeiro rei dos judeus.
A concepção imaculada de Maria é um dos dogmas mais rígidos da Igreja, mas nem sempre foi um consenso entre os cristãos. Alguns textos apócrifos dos séculos II e III sugerem que Jesus é fruto de uma relação de Maria com um soldado romano. A menina Maria teria 12 anos quando concebeu Jesus. Na rígida tradição judaica, uma mulher que engravidasse assim poderia ser condenada à morte por apedrejamento. O velho carpinteiro José, provavelmente querendo poupar a menina, casou-se com ela e escondeu sua gravidez até o nascimento do bebê. A data de 25 de dezembro não está na Bíblia. É uma criação também do século VI, quando o calendário foi alterado.
A Bíblia afirma que Jesus teve duas irmãs e quatro irmãos: Tiago, Judas, José e Simão. Mas não se sabe se esses eram filhos de Maria ou de um primeiro casamento de José. Muitos teólogos afirmam que eles eram, na verdade, primos de Jesus – em aramaico, irmão e primo são a mesma palavra. A Bíblia não fala quase nada sobre a infância e a adolescência de Jesus, com exceção de uma passagem em que, aos 12 anos, numa visita ao Templo de Jerusalém durante a Páscoa, seus pais o encontram discutindo teologia com os sábios nas escadarias do templo do monte. É quase certo, porém, que ele cresceu em Nazaré.
Jesus falava certamente o aramaico, a língua corrente da Palestina e, provavelmente, entendia o hebreu por ter tomado lições na sinagoga e por ler a Torá. Os evangelhos apócrifos o pintam como um menino Jesus travesso, capaz de dar vida a figuras de barro para impressionar os colegas e até mesmo a fulminar um menino que esbarrou em seu ombro, para ressuscitá-lo logo em seguida, depois de tomar uma bronca do pai.
Certamente José procurou iniciá-lo na arte da carpintaria e é provável que Jesus tenha trabalhado como carpinteiro durante um bom tempo. Oportunidade não lhe faltou. Escavações recentes revelaram que ao mesmo tempo em que Jesus crescia em Nazaré, bem próximo era construída a monumental cidade de Séfores, idealizada por Herodes Antibas para ser a capital da Galiléia. Séfores estava a uma hora a pé de Nazaré e é muito provável que José e Jesus tenham trabalhado ali. Em Séfores Jesus teria visto a passagem da família real de Herodes Antibas e a opulência das famílias de sacerdotes do Templo de Jerusalém. O fato de Jesus ter passado boa parte da sua vida ao lado de Séfores indicaria que ele não era um camponês rústico como já se pensou, mas tinha contato com a cultura do mundo helênico.
Aos 30 anos, Jesus se fez batizar por João Batista nas margens do rio Jordão. Segundo a Bíblia, durante o batismo João reconhece Jesus como o messias. Há registros históricos da existência de João Batista e, recentemente, arqueólogos encontraram entre o monte Nebo e Jericó, nas margens do rio Jordão, ruínas de um antigo local de peregrinação por volta do século III d.C.
Decidido a cumprir sua missão na terra, Jesus dirigiu-se então para a Galiléia, onde recrutou seus primeiros discípulos entre os pescadores do lago Tiberíades. Passou a viver com seus primeiros seguidores em Cafarnaum, cidade de pescadores próxima do lago de Tiberíades. Por dois anos Jesus pregou pela Galiléia, Judéia e em Jerusalém, proferindo sermões e contando parábolas. Segundo a Bíblia, realizou 31 milagres, incluindo 17 curas e seis exorcismos. Alguns dos mais famosos são a ressurreição de Lázaro, a transformação de água em vinho e a multiplicação dos peixes.
Cafarnaum, onde Jesus teria vivido com seus discípulos, era um povoado de cerca de 1 500 moradores naquela época. Escavações encontraram os restos da casa de um dos discípulos, provavelmente de Simão Pedro (hoje conhecido como São Pedro), além de um barco datado da mesma época da passagem de Cristo pelo lugar. Não há, porém, certeza quanto ao número de discípulos que viviam próximos de Jesus. Nos evangelhos, apenas os oito primeiros conferem – os quatro últimos têm muitas variações. A hipótese mais provável é que o número “redondo” de 12 discípulos foi uma invenção posterior para espelhar, no Novo Testamento, as 12 tribos dos hebreus descritas no Velho Testamento.
Depois de viajar por quase toda a Palestina, Jesus parte para cumprir seu destino – ou, segundo alguns especialistas, seu plano. Durante a semana da Páscoa, o principal evento religioso do calendário judeu, Jesus entra em Jerusalém montado num burro e atravessando a Porta Maravilhosa. Esse foi, certamente, um ato deliberado de provocação aos sacerdotes do Templo e à elite judaica. Jesus faz exatamente o que o profeta Zacarias afirmava na Torá que o messias faria ao chegar. Jesus estava mandando uma mensagem de provocação aos sacerdotes do Templo. No segundo dia da Páscoa, Jesus vai ao Templo e ataca os mercadores e cambistas raivosamente.
Na quinta-feira, percebendo que o cerco apertava, os apóstolos celebram com Jesus a última ceia. A imagem que ficou dessa cena, gravada por Da Vinci e outros pintores, nada tem de verdadeiro. Os judeus comiam deitados de flanco, como os romanos, e as mesas eram ordenadas em formato de U e não dispostas numa linha reta. Durante a ceia, Judas levanta-se para trair seu mestre – ou, como alguns sugerem, para cumprir uma ordem dada pelo próprio Jesus. A captura acontece no Jardim do Getsêmani, onde Jesus e seus discípulos descansavam no caminho para Betânia, onde ficariam hospedados.
Levado para o Sinédrio, o Conselho dos Sacerdotes do Templo, Jesus reafirma sua missão divina e é condenado. Existem provas da denúncia de Caifás a Pilatos. Estudiosos judeus afirmam, porém, que o julgamento perante o Sinédrio jamais ocorreu porque o Sinédrio não se reunia durante a Páscoa. Essa versão teria sido incluída tardiamente na Bíblia após a ruptura definitiva entre cristãos e judeus. Jesus foi morto pelos romanos porque era considerado um agitador político.
Na manhã de sexta-feira, na residência do prefeito Pôncio Pilatos, Jesus é condenado à morte. Ele atravessa as ruas de Jerusalém carregando sua própria cruz e é crucificado entre dois ladrões. O caminho que Jesus percorreu nada tem a ver com a Via Crúcis visitada pelos turistas hoje. Ela é uma criação do século XIV, quando a cidade esteve nas mãos dos cavaleiros cruzados. A maioria dos historiadores e arqueólogos concorda, porém, que o morro do Calvário (Gólgota), localizado ao lado de uma pedreira, foi realmente o lugar da crucificação. Concordam também que seu corpo tenha sido colocado numa das grutas próximas. O que aconteceu então depende da fé de cada um. Há varias versões: que Jesus teria sobrevivido ao martírio, que outra pessoa teria morrido em seu lugar, que seu corpo teria sido roubado ou, claro, que ele teria ressuscitado.
Jerusalém
Quando Jesus atravessou a Porta Maravilhosa em seu burrico, Jerusalém era a maior cidade do Império Romano entre Damasco (atual capital da Síria) e Alexandria (no Egito), com uma população estimada em torno de 80 000 moradores. Durante a semana da Páscoa, porém, o número de peregrinos na cidade ultrapassava 100 000, o que dá uma idéia do clima de agitação vivido na cidade: carros de boi dividiam as ruas estreitas com os pedestres e havia um grande vaivém de animais sendo trazidos para o sacrifício durante as festividades.
Conquistada pelos romanos em 63 a.C., Jerusalém estava no auge do seu esplendor arquitetônico. Onde quer que chegasse seu império, os romanos faziam questão de introduzir seu estilo arquitetônico em obras como estradas, palácios, anfiteatros e hipódromos. Em 31 a.C., os romanos haviam colocado o judeu Herodes Antibas como governador da Palestina. Sua principal obra foi a construção do Templo de Jerusalém, cujo tamanho e riqueza foram pensados para rivalizar com o templo salomônico descrito na Torá. As obras haviam terminado no ano 10 a.C. – quatro anos antes do nascimento de Jesus.
A cidade era dividida entre as partes alta e baixa. Na alta, escavações recentes mostraram que a elite da cidade tinha uma vida requintada. As casas tinham normalmente dois andares, e eram construídas ao redor de um pátio pavimentado de pedra. Havia piscinas privadas para os rituais de purificação. Os pisos eram cobertos por mosaicos e as paredes, por afrescos com cenas campestres. Também foram encontrados copos de vidro finamente trabalhados e frascos de perfume.
A riqueza da elite judaica era alimentada pela cobrança de taxas dos peregrinos. Para as convicções rígidas de Jesus sobre riqueza e ostentação, era inadmissível o estilo de vida dos sacerdotes e do rei judeu Herodes, que aceitavam e se beneficiavam com a dominação dos pagãos romanos. Não é possível afirmar que Jesus estava decidido a morrer crucificado naquela semana de Páscoa, mas há elementos para admitir que ele havia decidido ir até as últimas conseqüências para denunciar a situação. O resultado todos nós sabemos.
Paulo
No ano 36 d.C., vivia na Antióquia (Turquia) um judeu helenizado chamado Paulo de Tarso. Além de cidadão romano, era também um soldado do imperador, cuja função era perseguir cristãos. Mas, em 36 d.C., Paulo converteu-se à fé cristã, segundo ele depois que Jesus lhe apareceu milagrosamente. A partir de então, Paulo se transformaria no mais decidido e incansável apóstolo do Cristianismo.
A principal preocupação de Paulo era converter os gentios (os não-judeus) espalhados pelo império. Em 16 anos, fez quatro grandes viagens por Grécia, Ásia, Síria e Roma. Foi o primeiro a escrever sobre o Cristianismo nas 14 cartas que enviou às comunidades cristãs que havia fundado. Paulo achava que a mensagem de Cristo não podia ficar confinada na Palestina.
Em Jerusalém, porém, os judeus cristãos, liderados pelo irmão de Jesus, Tiago, estavam voltando às origens judaicas. Se não fosse por Paulo, é bem provável que o Cristianismo acabasse por ser reassimilado pelo Judaísmo, extinguindo-se. Para resolver suas divergências, provavelmente em 49 d.C., houve o primeiro concílio da igreja cristã em Jerusalém. Pela primeira vez enfrentaram-se Paulo e os seguidores sobreviventes de Jesus.
Ali começou a ser edificado o Cristianismo atual. Paulo lutou contra a circuncisão obrigatória para os convertidos – algo que certamente afastaria muitos homens gentios. E defendeu a revogação das leis e prescrições judaicas em favor dos preceitos simples de Cristo. Sua opinião prevaleceu principalmente porque o apóstolo Pedro convenceu-se de que ele estava certo.
Em 59 d.C., Paulo foi novamente convocado a se explicar e, no debate que se seguiu, obrigado, pela ala judaica, a adorar o Templo de Jerusalém como demonstração de fé. Durante a visita, foi identificado e preso e, em 60 d.C., deportado para Roma – onde ficou em prisão domiciliar. Em 64 d.C., quando Nero mandou perseguir os cristãos, Pedro e Paulo acabaram presos e condenados à morte. Pedro foi crucificado e Paulo, por ser cidadão romano, teve o privilégio de ser decapitado.
Em 70 d.C., durante uma revolta dos judeus contra a dominação romana, Tito destruiu Jerusalém e seu templo, obrigando os judeus a fugir da Palestina. O desaparecimento dos que se opunham à visão universalizante que Paulo tinha do Cristianismo abriu caminho para sua visão da fé. O centro de gravidade do Cristianismo deslocou-se para Roma, que, em poucos séculos, passaria a ser o centro da cristandade.
Uma bela história. Seja a da versão bíblica oficial, a apócrifa ou a que a ciência hoje propõe como a que tem mais chances de ser verdadeira.
O que se sabe com certeza é que Jesus foi um judeu sectário e um agitador político que ameaçava levantar dois milhões de judeus da Palestina contra o exército de ocupação romano. Tudo o mais que se diz dele necessita da fé para ser considerado verdade
A libertação do Egito
O que diz a Bíblia – No Êxodo, Deus escolhe Moisés como libertador do povo hebreu, envia as Dez Pragas e divide as águas do Mar Vermelho. No Monte Sinai, já a caminho da Terra Prometida, Moisés recebe as tábuas dos Dez Mandamentos.
O que diz a Arqueologia – Não há qualquer registro da existência de Moisés ou dos fatos descritos no Êxodo. Aliás, boa parte dos reinos e locais citados na sua jornada também não existiam no século XIII a.C. e só surgiriam 500 anos depois. A escolha do lugar que passou a ser conhecido como Monte Sinai ocorreu entre os séculos IV e VI d.C. por monges bizantinos.
O Dilúvio universal
O que diz a Bíblia – Segundo o Gênesis, um grande dilúvio destruiu a Terra. Noé e sua família, avisados, construíram uma arca para salvar um casal de cada espécie animal.
O que diz a Arqueologia – Ruínas achadas no Mar Negro, próximo da Turquia, mostram que houve uma enchente catastrófica por volta de 5600 a.C. O nível do Mar Mediterrâneo subiu e irrompeu pelo Estreito de Bósforo, inundando a planície onde hoje está localizado o Mar Negro. Na época, a região era uma planície de terras férteis, com um lago. Sobreviventes dessa catástrofe migraram para a Mesopotâmia. Assim teria surgido a história do dilúvio no texto sumério de Gilgamesh. Os hebreus conheceram a história quando estiveram cativos na Babilônia.
A conquista de Canaã
O que diz a Bíblia – Depois da libertação do Egito, Moisés conduziu os hebreus até a entrada da Terra Prometida. Ali, os israelitas enfrentam os nativos canaanitas com uma ajuda divina: ao toque de suas trombetas, as muralhas de Jericó desabam miraculosamente.
O que diz a Arqueologia – Jericó nem tinha muralhas nesse período. Na verdade, a tomada de Canaã pelos hebreus acontece de forma gradual, quando as tribos hebraicas trocam o pastoreio pela agricultura dos vales férteis. A história da conquista foi escrita durante o século VII d.C., mais de 500 anos depois da chegada dos hebreus aos vales cananeus.
A saga do rei David
O que diz a Bíblia – Após derrotar Golias, David firma-se como rei dos hebreus, submetendo primeiro a tribo de Judá e, posteriormente, todas as 11 tribos israelitas.
O que diz a Arqueologia – Em 1993 foi encontrada uma pedra de basalto datada do século IX a.C. com escritos que mencionam a existência de um rei hebreu chamado David. Mas não há qualquer evidência das conquistas de David narradas na Bíblia. David pode ter sido o líder de um grupo de rebeldes vindos de camadas pobres dos cananeus que, nessa época, atacava as cidades do sul da Palestina.
A guerra assíria
O que diz a Bíblia – Por volta de 700 a.C., o rei Ezequias, de Judá, revolta-se contra os assírios. Judá é atacada e a cidade de Lachish é completamente destruída.
O que diz a Arqueologia – Os fatos são narrados com precisão histórica. Achados arqueológicos permitiram reconstruir o cenário da batalha descrita na Bíblia. Além disso, a destruição de Lachish pelos assírios foi expressa num relevo em Nínive, a capital assíria, e as imagens batem com a narrativa bíblica.
Império de Salomão
O que diz a Bíblia – Salomão sucedeu a seu pai, David, fez alianças com reinos vizinhos e construiu o Templo de Jerusalém. Em seu reinado, os israelitas alcançaram opulência e poder. Salomão construiu palácios e fortalezas em Jerusalém, Megiddo, Hazon e Gezer.
O que diz a Arqueologia – Não há sinal de arquitetura monumental em Jerusalém ou em qualquer das outras cidades citadas. Tudo leva a crer que Salomão, como David, eram apenas pequenos líderes tribais de Judá, um Estado pobre e politicamente inexpressivo.
As dez pragas que Deus teria enviado para salvar os judeus da escravidão no Egito podem ser um eco fantasiado de uma catástrofe ecológica que realmente aconteceu no Egito. Veja abaixo quais são as pestes e como a ciência explica cada uma delas.
1. As águas do Nilo se tingem de sangue
Uma mudança climática repentina esquenta a água do Nilo e provoca a reprodução descontrolada de Pfiesteria, uma alga que provoca hemorragias nos peixes, matando-os e intoxicando as águas com sangue.
2. Rãs cobrem a terra
A intoxicação das águas faz rãs e sapos fugirem, espalhando-se por toda a região.
3. Mosquitos atormentam homens e animais
A morte dos sapos produz uma superpopulação de insetos, inclusive do terrível maruim, um pequeno mosquito de picada dolorida.
4. Moscas escurecem o ar e atacam homens e animais
Outro tipo de inseto, a mosca dos estábulos, transforma-se em praga, atacando todo tipo de mamífero que encontra.
5. Uma peste atinge os animais
A peste eqüina africana e a peste da língua azul são doenças transmitidas pelo maruim e que atingem mamíferos.
6. Pústulas cobrem homens e animais
O mormo, uma doença eqüina que também ataca o homem, é transmitida pela mosca dos estábulos. Ela produz úlceras na pele.
7. Chuva de granizo destrói plantações
O granizo pode cair nas regiões desérticas do Mediterrâneo, embora seja um fenômeno relativamente raro.
8. Nuvem de gafanhotos ataca plantações
Os gafanhotos também são uma praga conhecida na região.
9. Escuridão encobre o Sol por três dias
Uma tempestade de areia pode durar dias e é capaz de encobrir completamente a luz do Sol.
10. Os primogênitos de homens e animais morrem
Cereais guardados em celeiros ainda úmidos podem desenvolver um bolor altamente tóxico. Como no Egito antigo os primogênitos (tanto humanos quanto dos animais) tinham a precedência na alimentação, em tempos de escassez eles foram os primeiros a ser fatalmente intoxicados pelo bolor.
A vida ao redor do templo
A Jerusalém que Jesus conheceu estava em seu auge de poder e beleza. Conquistada pelos romanos, em 63 a.C, a cidade passou por uma completa reformulação, que incluiu a construção de arenas, hipódromo, palácios e, principalmente, o impressionante templo erguido por Herodes Antibas, que Jesus visitou quando criança e poucos dias antes da sua morte. Dessa obra gigantesca restam, hoje, apenas um muro, que os judeus modernos chamam de Muro das Lamentações. Jesus foi muito provavelmente crucificado no Monte Calvário, como narra a Bíblia. Mas o percurso conhecido hoje como Via Crúcis não tem nada de histórico: foi inventado no século XIII pelos cavaleiros cruzados.
Pescador de homens
O que diz a Bíblia – Depois de ser batizado por João Batista e sofrer as tentações no deserto, Jesus foi para a Galiléia, onde recrutou seus primeiros discípulos entre os pescadores do lago Tiberíades. Escolheu viver com seus seguidores em Cafarnaum, uma pequena vila de pescadores.
O que diz a Arqueologia – Cafarnaum existiu e era um povoado com cerca de 1 500 moradores na época em que Jesus viveu. Escavações encontraram os restos de uma casa que pode ter sido de um dos discípulos, provavelmente de Simão Pedro, o primeiro a ser recrutado por Jesus.
Infância desconhecida
O que diz a Bíblia – Não há quase nada sobre a infância e a adolescência de Jesus, com exceção de uma passagem em que, aos 12 anos, numa visita ao Templo de Jerusalém durante a Páscoa, seus pais o encontram discutindo teologia com os sábios nas escadarias do templo de Jerusalém.
O que diz a Arqueologia – Escavações recentes revelaram que, ao mesmo tempo em que Jesus crescia em Nazaré, bem próximo era construída a monumental cidade de Séfores, idealizada pelo rei hebreu Herodes Antibas para ser a capital da Galiléia. Séfores estava a uma hora a pé de Nazaré e é muito provável que José e Jesus tenham trabalhado como carpinteiros em sua construção. Em Séfores, Jesus teria visto a família real, a opulência das famílias dos sacerdotes do Templo de Jerusalém e, provavelmente, teve contato com a cultura dos hebreus helenizados.

CURSOS ONLINE GRÁTIS!

Universidades renomadas disponibilizam cursos online grátis


Estudantes de diferentes partes do mundo têm cada vez mais acesso a sites com vídeo-aulas e até cursos completos de algumas das melhores universidades do mundo. O melhor: são de graça. Os chamados MOOCs (Massive Open Online Courses) são cursos abertos, via web e para todo mundo. Em um único curso, você pode ter 80 mil colegas de classe.
Esse era o tamanho da turma de Felipe Barreiros, diretor de conteúdo digital, no curso que ele fez de gamefication. “A gente gasta muito tempo dentro de jogo e acaba não tendo nenhum retorno. Eles tiram esses atributos que estão dentro de jogos e acabam colocando em coisas que são realmente prazerosas e acabam adicionando alguma coisa para nossa vida”, explica.
No Brasil, não encontrou nenhum lugar onde pudesse estudar o assunto. Tentou o Coursera e achou um curso completo com um professor da Universidade da Pensilvânia. O que aprendeu na aula virtual, Felipe já está aplicando no trabalho, em uma faculdade de tecnologia.
O site possui 33 universidades parceiras, como Princeton, Columbia e Stanford. São 2 mil cursos, com 1,7 milhão de alunos. “Nós promovemos interação entre os estudantes, fazemos com que se perguntem uns aos outros e discutam sobre os conteúdos e também encorajamos os estudantes a criar grupos de estudo”, conta Julia Stiglitz, do Coursera.
Os grupos são importantes porque o professor não tem como corrigir o trabalho de todo mundo. A correção é feita entre eles, e a coisa é séria. Quem acompanhar as videoaulas e discussões e cumprir os prazos das atividades têm direito a um certificado, que certamente vai fazer diferença no currículo.
É bom lembrar que os cursos são em inglês, mas muitos já são traduzidos para outros idiomas por voluntários. Hamilton Haddad virou fã de cursos online como aluno e agora é professor no Brasil, no portal da USP. São mil e-aulas da universidade disponíveis e mais de 10 mil acessos por dia.
“No presencial, você sabe exatamente quantos são os seus alunos, aqui não. Você coloca a aula no ar e isso pode ser assistido por qualquer pessoa. É muito legal”, afirma Haddad. Na USP, é um pouco diferente. Não existe certificado e nem curso completo.
Você assiste às aulas em busca de conhecimento, e nada mais. Só que em um mundo em que já não há fronteiras e nem distâncias, conhecimento vale muito. “Eu sinto como se tivesse um professor particular entre os melhores do mundo me ensinando. É realmente uma ferramenta muito boa, que tem recursos além das aulas. É muito bom, e é de graça. Conhecimento tem que ser de graça”, diz o engenheiro Bruno Werneck.
Entusiasmado, Bruno não pensa só em aprender e criou o próprio site para ensinar, e já ajudou muitos estudantes do ensino médio.

BRT NO PARÁ!

BRT deve ser concluído somente em 2014, após mudanças no projeto
 

Trânsito
Prefeito eleito diz que muretas de concreto e estações serão retiradas
As obras do Bus Rapid Transit (BRT) em Belém, que serão continuadas pelo prefeito eleito de Belém, Zenaldo Coutinho (PSDB), devem ser concluídas em 2014. Esta é a previsão do prefeito, que deverá iniciar, a partir do ano que vem, algumas mudanças técnicas em elementos do projeto para dar celeridade à obra e mais fluidez ao trânsito. Um estudo técnico para rever a execução de elementos do BRT já foi feito e aponta necessidade de algumas modificações, como a eliminação da proteção de concreto entre a pista do BRT e o asfalto.
O BRT pretende ser um ônibus articulado expresso, que diminua o tempo de viagem e garanta fluidez ao trânsito. Porém, com as muretas de concreto, hoje não existe área de ultrapassagem, o que atravancaria o sistema em caso de pane de um dos veículos. Segundo o prefeito, pelos estudos que tem sido feitos, as muretas apenas encarecem o quilômetro da obra. "A informação que nós temos, preliminar, é que cada quilômetro do BRT fica R$ 1 milhão mais caro por causa das muretas de concreto", aponta. Uma das alternativas seria a construção de uma tela de proteção próximo à ciclovia, impedindo a travessia e garantindo a segurança sem precisar das muretas.
Além da necessidade de remoção das muretas, outra alteração que deve ser feita, de acordo com os estudos técnicos, diz respeito às estações de passageiros. Hoje, não há recuo para que o ônibus pare e o fluxo continue na pista. "Se o BRT parar para pegar passageiros, também estanca. Não prepararam área recuada. Nós vamos ter que, infelizmente, refazer as estações", observa Zenaldo. O prefeito lembra ainda que será preciso implantar, junto ao BRT um sistema de controle que envolva sinalização, linhas alimentadoras, circulares de bairro e ainda o transporte intermodal, em um projeto integrado.

ARTUR TEVE REUNIÃO COM SEUS SECRETÁRIOS!

Futuros secretários de Artur Neto entram em ação em suas respectivas pastas no AM

Pauderney Avelino e Humberto Michilles iniciaram nesta sexta-feira (28), os contatos para definir ações em suas funções no secretariado do prefeito eleito

Deputado Pauderney (à esquerda) assume em meio à temporada de matrícula; Michilles conversa com antecessor
Deputado Pauderney (à esquerda) assume em meio à temporada de matrícula; Michilles conversa com antecessor (Foto-montagem )
Um dia após o anúncio do secretariado do prefeito eleito Artur Neto (PSDB), dois futuros secretários já arregaçaram as mangas e procuraram os atuais titulares das secretarias para ter as primeiras informações sobre as pastas. O deputado federal Pauderney Avelino, vice-presidente nacional e presidente estadual do DEM, escolhido para comandar a pasta da Educação, ligou nesta sexta-feira (28), pela manhã para o atual titular da pasta, Mauro Lippi. E o futuro secretário de governo, Humberto Michilles, foi pessoalmente à secretaria conversar com o José Alves Pacífico.
Humberto Michilles afirmou que foi bem recebido pelo atual titular da pasta que aproveitou a ocasião para apresentá-lo aos funcionários da Secretaria de Governo. “Já estive com o secretário de governo, o doutor Pacífico, para pegar informações. Esses são os primeiros passos”, declarou.
Ele disse que o prefeito relatou a ele, em linhas gerais, o que espera da Segov, mas disse que ainda participará de outras reuniões para fazer ajustes com o plano de governo de Artur Neto e se alinhar com os demais secretários. “Sei que é uma equipe de alto nível”, afirmou.
Humbeto Michilles preferiu não adiantar quais são as indicações de Artur Neto para a pasta. Ele declarou ainda que a indicação dele não passou por acertos partidários. “A minha indicação não veio porque sou membro do PR, não teve uma articulação. Claro, alguém deve ter falado sobre o meu nome, mas não teve uma intermediação interlocutória do partido”, afirmou Michilles.

ÔNIBUS COM INTERNETE!

Executivos querem conquistar usuários com internet nos ônibus

A Federação das Cooperativas de Transporte do Estado do Amazonas (Fecootram) passou a oferecer uma novidade para tentar conquistar a “simpatia” dos usuários e do poder público: acesso à Internet dentro dos veículos

Motorista mostra como funciona a conexão grátis à internet que pode ser acessada dos veículos
Motorista mostra como funciona a conexão grátis à internet que pode ser acessada dos veículos (Ney Mendes)
Em meio aos problemas que envolvem a circulação dos micro-ônibus de transporte executivo em Manaus, que vão da “antipatia” dos empresários do sistema convencional à tarifa cara - de R$ 4,20 -, passando pela ausência de uma licitação que regulamente o serviço, a Federação das Cooperativas de Transporte do Estado do Amazonas (Fecootram) passou a oferecer uma novidade para tentar conquistar a “simpatia” dos usuários e do poder público: acesso à Internet dentro dos veículos.
Cada cooperativa de micro-ônibus filiada à federação aceitou permutar com outra, do ramo da informática, e oferecer aos passageiros acesso grátis à Internet durante o percurso até o destino escolhido.
Resistentes até então em permitir “propaganda barata” dentro dos micro-ônibus, os permissionários aceitaram pacificamente negociar o acordo, sem levar um centavo sequer em troca. A publicidade nos ônibus, que antes valia ouro, virou moeda de troca a custo zero.
Siderley da Silva, motorista do carro 8 da linha 825, pertencente à Cooperativa de Transporte do Amazonas (Cootram), disse que a novidade chama mais atenção quando o ônibus sai da garagem. Depois, como o carro não tem nada mais visível que anuncie a existência do acesso livre à Internet, a diferença fica por conta do descuido dos passageiros que se empolgam com a navegação.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O INGLÊS VOLTA DO COMA FALANDO GALÊS!

Aposentado sofre derrame e acorda falando galês


Reprodução / The Telegraph O aposentado Alun Morgan, de 81 anos, esqueceu sua língua nativa e passou a falar galês fluentemente
Há 70 anos, o aposentado Alun Morgan, de 81 anos, foi evacuado ao País de Gales durante a Segunda Guerra Mundial. Durante sua estadia por lá, nunca conseguiu aprender a língua local. Mas, após sofrer um acidente vascular cerebral, popularmente conhecido como derrame, ele começou a falar galês fluentemente.
Morgan sempre viveu na Inglaterra, logo o inglês era a sua língua nativa. O derrame, que o deixou inconsciente por três semanas, o fez "trocar as bolas": ao invés do inglês ele se comunicava  por galês.
Comer tomates reduz risco de AVC
Segundo informações do jornal The Telegraph, o aposentado teve uma afasia — perda da linguagem decorrente de lesão cerebral que, na maior parte das vezes, prejudica a área do cérebro responsável por controlar a fala e a formação de palavras.
Brasileiros desconhecem causa de AVC
Morgan vive com sua esposa Yvonne e pretende voltar a aprender o inglês novamente.
—Aos poucos as palavras estão voltando, mas não é fácil.

TUDO DE MAIS,TEM SUAS CONSEQUÊNCIA!

Tunisiano morre depois de comer 28 ovos crus


Zaphod (sob licença Creative Commons) Dá pra engolir uma coisa dessas?
Um tunisiano morreu depois de comer 28 ovos crus — cruz-credo! — tentando vencer uma aposta com seus amigos. 
O tunisiano, de 20 anos de idade, se chamava Dhaou Fatnassi e morava na região central da cidade de  Kairouan. 
Barbie humana bobeia e mostra mais do que deve
Seus amigos apostaram que ele não era capaz de comer uma dúzia de ovos crus em uma só sentada e  Dhaou quis provar que eles estavam errados. 
Provando que, às vezes, quem está certo na verdade está errado, ele mandou para dentro 28 avos crus, um atrás do outro e, nisso, ganhou uma quantidade de dinheiro que não vai poder gastar nunca. 
Periguetes bêbadas dão show na ceia de Natal!
Logo depois da comilança desenfreada, Dhaou começou a reclamar de dores abdominais e pediu para ser levado a um hospital, mas, quando isso aconteceu, ele foi pronunciado morto assim que deu entrada.  

O JAPONÊS MAIS VELHO DO MUNDO!

Homem mais velho do mundo bate novo recorde no Guiness


EFE Kimura bateu recorde após a morte da americana Dina Manfredini, em 16 de dezembro
O japonês Jiroemon Kimura transformou-se nesta sexta-feira no homem mais velho do mundo, ao completar 115 anos e 253 dias. Seu recorde foi reconhecido pelo livro Guiness World Records.
O recorde anterior pertencia ao dinamarquês Christian Mortensen, que morreu em 1998 aos 115 anos e 252 dias. Segundo o Guinness, a pessoa que mais tempo viveu é a francesa Jeanne Louise Calment, que faleceu em 1997 aos 122 anos e 164 dias.
No último dia 16 de dezembro, Kimura se transformou na pessoa mais velha do mundo após a morte da americana Dina Manfredini, também de 115 anos.
Leia mais notícias de Internacional no R7
Kimura, que já era tido como o homem mais velho do mundo desde abril de 2011, nasceu no dia 19 de abril de 1897, na antiga província de Tango, atual província de Kioto, e trabalhou até os 100 anos de idade.
Embora esteja hospitalizado desde o último 15 de dezembro por causa de seu delicado estado de saúde, ele evoluiu favoravelmente desde então e segue lúcido. O ancião japonês tem sete filhos, cinco deles ainda vivos, 14 netos, 25 bisnetos e 13 tataranetos, dois deles nascidos neste ano.

DESCOBERTA CIÊNTÍFICA!

Identificadas moléculas que protegem órgãos contra danos causados pela anestesia

Estudo indica que geração da molécula fora das células pode ajudar a proteger pulmões, intestino e coração


Cientistas da University of Colorado School of Medicine, nos EUA, descobriram um grupo de moléculas que protege os órgãos contra danos causados pela anestesia.
A anestesia é bastante segura nos dias de hoje. Mas, às vezes colocar um paciente sob a sedação para corrigir um problema, como danos ao coração, pode prejudicar um órgão diferente, como um rim.
"Esta é uma descoberta promissora. Isso sugere uma nova maneira de promover a cura", afirma o líder da pesquisa Holger Eltzschig.
Em um artigo publicado no New England Journal of Medicine, Eltzschig e seus colegas relataram a descoberta de um grupo de moléculas chamadas purinas. Purinas são blocos de construção moleculares básicos do corpo, que ajudam a produzir DNA e RNA e ajudam, a curto prazo, no armazenamento de energia. Uma variedade de purina é chamada de adenosina.
Os investigadores determinaram que a geração de adenosina fora das células pode ajudar a proteger os órgãos contra danos. E eles notaram ainda que a ativação de receptores de adenosina sobre os pulmões, o intestino, ou o coração pode ajudar a proteger esses órgãos.
Eltzschig e seus colegas olharam para os processos químicos de adenosina e processos relacionados com o câncer, lesão pulmonar, inflamação intestinal e da função plaquetária, entre outros.
De acordo com os pesquisadores, para os pacientes que podem vir a passar por cirurgias com anestesia, os resultados são uma boa notícia. "Os desenvolvimentos crescentes nesta arena vão abrir vários novos caminhos para o tratamento", afirmam os pesquisadores.

ACONTECIMENTOS EM 2012 RESUMO!

Retrospectiva 2012: tinha tudo para ser o apocalipse

Tempestades, cheia recorde na Amazônia, incêndios, disputa política, a descoberta de fraudes em concurso público marcaram o ano do ‘fim do mundo’; confira as principais notícias que foram manchete durante os últimos meses

Retrospectiva 2012
Incêndios, mortes, eleições, cheia recorde e cultura na retrospectiva 2012 (A Critica)
O apocalipse supostamente previsto pelo calendário Maia não ocorreu em 2012, mas a natureza protagonizou momentos de revolta. As notícias retrataram uma enchente recorde nos rios da Amazônia, uma vazante severa, o poder destruidor do fogo, dos ventos e das chuvas. Flagras registrados por pessoas comuns e campanhas em prol de homens e animais desaparecidos ganharam força graças a ajuda da internet.
Em 2012, estamparam as manchetes dos jornais: a briga política durante as eleições; a farra de presos que postavam fotos de festas em presídio do Amazonas; a divulgação de vídeos com cenas de nudez e lesbianismo ao som de funk, em plena avenida de Manaus; o vazamento de informações durante uma operação contra a exploração sexual, feita pela polícia civil; a morte de quase 20 pessoas na praia da Ponta Negra; entre outras notícias.
Boi-bumbá no Carnaval
O ano começou ao som de boi-bumbá. Em pleno período pré-carnavalesco, um grande espetáculo foi montado para a gravação ao vivo do CD e DVD “Tradição”.
O Boi-bumbá Garantido reuniu mais de 800 artistas no Bumbódromo de Parintins (distante 325 quilômetros de Manaus) para gravação. A filmagem foi realizada pela TV A Crítica.
Viaturas destruídas
O programa Ronda no Bairro foi lançado em Manaus, entre os meses de fevereiro a dezembro. Os índices de criminalidade diminuíram após o policiamento ostensivo realizado em todas as zonas da capital amazonense. Pouco antes da implantação, em janeiro, novas viaturas da polícia se envolveram em acidentes. Sete delas foram destruídas em menos de 48h, em Manaus.  
Detentos no facebook
Em março, detentos da Unidade Prisional do Puraquequara, em Manaus, fizeram festa e postaram fotos na rede social Facebook. A publicação causou o afastamento do então diretor Oton Bittar. As fotos feitas de dentro da unidade mostram as regalias concedidas aos presos, alguns de alta periculosidade.
Estudantes seminus
As greves levaram alunos da Universidade do Amazonas (Ufam) a se afastarem das salas de aula. Em uma das manifestações alunos chegaram a protestar seminus.
Cemitério de coletivos
Imagens exclusivas do RCCOP denunciam a existência de um 'Cemitério de Ônibus' ao lado de uma reserva ambiental no Amazonas. Uma área em meio a floresta era usada como estacionamento de coletivos antigos, alguns deles com mais de 12 anos. Carcaças de mais de cem veículos estavam abandonadas. 
Cultura popular
Com o tema “Viva a Cultura Popular” o Boi Caprichoso foi o campeão do 47º Festival Folclórico de Parintins (a 325 quilômetros de Manaus).
Durante a apuração das notas dos três dias do evento o Diamante Negro somou 1.258,9 e foi superior ao “contrário” Garantido, que apresentou na arena a temática “Tradição” e atingiu 1.257,1 (diferença de 1,8 ponto).
Enchente e vazante
A enchente dos rios amazônicos ocasionou a alagação de ruas, interferiu no comércio e causou prejuízos econômicos.
As imagens registradas durante o primeiro semestre do ano mostram municípios invadidos pela água. Em Manaus, parte do Centro chegou a ser interditada.
Após a cheia, a vazante castigou ribeirinhos. Em outubro, moradores de comunidade rural de Manacapuru precisavam caminhar durante quase meia hora para pegar água na margem do rio. Nas escolas, devido o calor e a dificuldade de alcançar a margem do rio, os alunos (crianças e adolescentes) eram orientados a levar suas próprias garrafas de água para evitar a desidratação.  
Quinteto fantástico
O delegado-geral da Polícia Civil, Mário César Nunes, recomendou, sem respaldo legal, a nomeação de cinco candidatos reprovados no concurso para delegado realizado em 2009, entre eles, o próprio filho, Caio César Medeiros Nunes. Além do filho, Mário César nomeou o irmão de um desembargador, a prima de um deputado federal, uma assessora e o atual secretário-executivo de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, Thomaz Vasconcellos Dias. A polêmica envolvendo o grupo que ficou conhecido como o “Quinteto Fantástico”.
Rede de prostituição
Uma rede de prostituição identificada como  grupo "Fênix" recrutou adolescentes e crianças no município de Iranduba (a 25 quilômetros de Manaus) para trabalhar em  prostíbulos da capital amazonense. Em 40 dias, oito casos foram registrados na 31ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP). Segundo uma das vítimas, a adolescente era constantemente seduzida com oferta de emprego em "casa de família" durante os cultos no interior do Amazonas.
Eleições
O ano foi marcado pela disputa política. Os novos vereadores e prefeitos foram eleitos. Em Manaus, o pleito foi marcado por um episódio envolvendo a candidata Vanessa Grazziotin (PCdoB). Ela foi supostamente atingida por um ovo, ou cuspe, durante um debate em Manaus. 
No segundo turno, o ex-senador e diplomata Artur Virgílio Neto (PSDB) foi eleito prefeito de Manaus com 65,95% dos votos válidos, o equivalente a 603.483 votos. Ele superou em 31,90 pontos percentuais a segunda colocada no pleito, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB). Em números reais, o tucano teve 291.876 votos a mais que a comunista. Vanessa totalizou nas urnas 34,05% dos votos válidos, ou, 311.607 votos. A vitória tucana confirmou nas urnas o que as últimas pesquisas eleitorais apontaram dias antes do pleito.
Poço quebrado após pleito
Pouco após perder as eleições, candidato é acusado de mandar quebrar poço artesiano construído para população.  Moradores afirmam que utilizavam água do poço há mais de duas décadas e que há alguns anos existia no local uma placa de identificação da Prefeitura de Manaus, que teria construído a benfeitoria no terreno cedido pelo candidato.
Morte na igreja
Um padre passou mal e morreu enquanto celebrava missa em Manaus. De acordo com informações do padre Reneu, da mesma paróquia, Rossini passou mal durante a celebração de missa, foi socorrido, mas não resistiu.
Strip-tease em via pública
Em novembro, foram divulgados vídeos que mostram mulheres – supostamente menores –, tirando a roupa e exibindo, no meio da rua, partes íntimas, em cima de um veículo, enquanto são assediadas e filmadas por homens e mulheres; elas também protagonizaram cenas de lesbianismo.
Drogas no sutiã
Polícia prende mulher no aeroporto Internacional Eduardo Gomes com cocaína no corpo. A droga escondida no corpo da passageira Cláudia Santos foi avaliada em R$ 8 mil. Cláudia Santos disse que era a primeira vez que transportava a droga para vender em Manaus.
Apreensões em presídios
Em 2012, drogas, celulares e objetos inusitados foram encontrados durante revistas em penitenciárias do Amazonas. Várias pessoas foram presas tentando levar encomendas escondidas em objetos e partes íntimas. Durante os flagrantes nos presídios foram encontrados produtos como uísque, celulares, armas e drogas.        
Religião e educação
A discussão sobre a liberdade e intolerância religiosa veio à tona após alunos evangélicos se recusarem a fazer trabalho sobre a cultura afro-brasileira em escola de Manaus. Eles alegaram que os 'princípios religiosos' não permitiam que fizessem um o trabalho que faz apologia ao 'satanismo e ao homossexualismo'.
Incêndio destrói casas
Centenas de famílias ficaram desabrigadas depois de um incêndio que destruiu casas na comunidade conhecida como 'Artur Bernardes', entre os bairros São Geraldo e São Jorge, na Zona Oeste de Manaus. Moradores dizem que durante o incêndio, que ocorreu em novembro, faltou água em carros do Corpo de Bombeiros.
Muitos tentaram salvar pertences atravessando um igarapé que circunda a área. Um cordão humano foi feito pelos moradores, que passavam, de mão em mão, geladeiras, colchões e até guarda-roupas. Dezenas de motoristas que passaram pelo local pararam para ajudar as vítimas do incêndio. 
Cães e jacarés
Os animais também viraram notícia em 2012. O sumiço de uma cadela de um voo da TAM fez uma família mobilizar uma campanha em prol da cadela Carmina, que desapareceu no aeroporto de Manaus. A discussão sobre a saúde e bem-estar dos animais chegou a Assembleia Legislativa do Amazonas. A criação de um hospital público para animais fez veterinários e políticos divergirem.  
Em junho, populares capturaram um jacaré de 4m ferido, posaram para fotos e abandonaram o animal sem assistência, no interior do Amazonas. O réptil tinha um ferimento grave na cabeça, que alguns acreditam que tenha sido causado por uma bala.
Chuva,vento e destruição
O fim de outubro foi marcado por um temporal que atingiu Manaus na noite de terça-feira (30).
Dezenas de casas foram destelhadas, árvores ficaram dias caídas nas ruas, placas foram retorcidas, veículos foram destruídos e a maior parte da cidade ficou sem energia elétrica. Informações do Sipam dão conta que os ventos chegaram a até 85km/h
Mortes Ponta Negra
A praia de R$ 12 milhões já foi cenário de 16 mortes por afogamento. Familiares responsabilizam a Prefeitura de Manaus por mortes em série na Praia Perene da Ponta Negra. O índice de 16 mortes em apenas três meses na praia chocou a cidade, provocou a preocupação de especialistas e levou o Ministério Público Estadual/AM a pedir interdição da área enquanto a Prefeitura não efetuar reparos para garantir a segurança e a balneabilidade do local.
O alto número de óbitos em um período tão curto chamou atenção da população, mas a Prefeitura Municipal defendeu-se dizendo que os banhistas estavam bêbados. Parentes das vítimas negaram esta situação, com base em laudos dos IML. Vistoria realizada pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) em novembro atestou que a área aterrada é inadequada para uso e apontou a existência de "buracos" em alguns trechos do praia perene.
Estocolmo
No fim do ano, a Polícia Civil deflagrou em Manaus a Operação Estocolmo para prender integrantes de uma suposta rede de exploração sexual infanto-juvenil. De acordo com o delegado geral de Polícia Civil, Josué Rocha, as investigações correm em segredo de Justiça.
Um total de 198 policiais civis participam da operação.Um dos mandados de busca e apreensão ocorreu no apartamento do cônsul da Holanda, Vitório Nyenhuis, no condomínio Riviera da Ponta Negra, no bairro Ponta Negra, na Zona Oeste de Manaus, onde algumas mídias foram apreendidas e serão encaminhadas para a perícia técnica.
Luta yanomami
Em 2012, uma nova tragédia humana e social ameaça a vida dos yanomami, considerado um dos povos indígenas cuja cultura, cosmologia e costumes estão entre os mais preservados do Brasil: o risco de que 80% de seu território sejam destinados às grandes empresas de mineração. Tudo legítimo, autorizado pelo Governo Federal. A TI Yanomami é o território indígena com mais pedido de processos minerários do Brasil.
Antes de ser um fato consumado, os yanomami já manifestaram ser contrários à regulamentação, que está prevista na Constituição Federal de 1988, mas cuja aprovação é mais complexa do que querem acreditar os parlamentares.
Reality na Amazônia
O primeiro reality show da TV amazonense foi ao ar na TV A Crítica no mês de dezembro. O Peladão a Bordo, que foi gravado dentro de um iate, em pleno rio Negro, deu ao título de "rainha" a uma das candidatas vigiadas 24 horas por dia pelas lentes de 16 câmeras.