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Recusa em namorar traficante pode ter motivado assassinato de adolescente no Muquiço

Rafaela foi morta com um tiro no peito, dentro de casa

Morta no último sábado (17) com um tiro no peito, Rafaela Ferreira de Azevedo, de 15 anos, pode ter sido vítima de um traficante, com quem teria se recusado a namorar, na favela do Muquiço, em Guadalupe, na zona norte do Rio. A revelação foi feita por amigos e moradores da comunidade, que foram ao enterro da adolescente no último domingo (19), no cemitério de Ricardo de Albuquerque.
Os moradores dizem saber quem é o traficante, mas têm medo de procurar a polícia para prestar depoimento. Diante da recusa da jovem em namorar com ele, o criminoso invadiu a casa onde ela morava e acertou um tiro no peito. Moradores contaram ainda que Rafaela foi espancada pelo traficante antes de ser assassinada.
Um morador que pediu para não ser identificado contou que, recentemente, o traficante chegou a dar um beijo na adolescente, mas ela o empurrou e passou a mão na boca, em sinal de que teria sentido nojo.
Policiais da Divisão de Homicídios informaram que um familiar da menina prestou depoimento e disse que ela teria sido atingida por uma bala perdida durante um tiroteio entre traficantes na comunidade. Os investigadores informaram, no entanto, que também investigam a hipótese de ela ter sido morta por um traficante. Os policiais esclareceram que, formalmente, em depoimento, ainda não têm essa versão.
O laudo do IML feito no corpo de Rafaela pode ajudar a esclarecer se o tiro foi queima à roupa ou não.
Rafaela deu entrada no hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, durante a madrugada. Com uma perfuração no peito, ela já chegou morta à unidade. A Polícia Civil informou que familiares e possíveis testemunhas serão ouvidas.
Uma amiga contou que Rafaela não tinha pai e que a mãe morreu há sete meses. Apesar da história triste, ela era uma menina alegre e tinha muitos sonhos.
Durante o enterro, amigos fizeram uma homenagem e usaram camisetas com uma foto de Rafaela.