'Repiquete' do rio Negro acende a possibilidade de grande cheia
Descida repentina de 1,15m no nível do rio Negro chamou atenção da Defesa Civil, que monitora situação em toda a bacia
Secretário de Defesa Civil, Roberto Rocha explica que qualquer irregularidade hidrológica já deixa o órgão em alerta
A
descida repentina (repiquete) das águas do rio Negro em 1m15 soou como
um sinal de alerta para o secretário-executivo da Defesa Civil do
Amazonas, Roberto Rocha. A marca, superior à do mesmo período em anos
que antecederam grandes enchentes (2009 e 2012), pode ser o anúncio de
outra cheia de grandes proporções em 2013. “Nesse término de vazante, o
rio teve o costumeiro repique, mas, comparando com 2009, ano da
penúltima grande enchente, o rio voltou a subir dentro da sua
normalidade no dia 3 de dezembro. Fazendo uma equalização, tomando por
base o histórico dos desastres, qualquer irregularidade climática ou
hidrográfica já nos deixa em estado de alerta”, disse Rocha.
A
enchente começou em outubro, parou, desceu 1m15, e na semana passada
reiniciou com previsão de parada somente no início do segundo semestre.
O
secretário da Defesa Civil lembra que, entre os meses de janeiro a
julho de todos os anos, o Amazonas sofre três ciclos de cheia, fenômenos
que servem de indicativos para uma previsão aproximada da dimensão da
enchente que está a caminho. Com base no comportamento dos rios neste
período, a Defesa Civil já começa a elaborar um plano de monitoramento
para uma área que possivelmente será mais afetada. Por exemplo, na
última grande enchente, o rio Madeira teve uma subida modesta, mas agora
está acelerado, podendo influenciar na enchente de 2013 que, na zona
Metropolitana de Manaus, tem seu pico no final de junho. “Nesse momento,
enquanto os rios mais próximos estão enchendo timidamente, o Madeira,
que trás as águas das Cordilheiras do Andes, está subindo muito além do
esperado. Em relação ao mesmo período de 2011, é uma irregularidade que
nos deixa preocupado. A partir desse fato a Defesa Civil começa a montar
o seu plano de trabalho para a próxima enchente”.
O
secretário-executivo tem todas as razões para ficar preocupado, pois o
rio Madeira, além de receber o rio Beni, que vem da Bolívia, direto da
Cordilheira dos Andes, ele tem dois afluentes importantes que são o
Aymoré, que nasce no Mato Grosso, e o Guaporé, vindo Rondônia.
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