Parlamentar denuncia mortes no hospital psiquiátrico em Manaus
Caso a Susam não reveja a sua política de saúde mental, o deputado pretende acionar o Ministério Público para cobrar judicialmente os responsáveis pela omissão em relação aos pacientes que ainda residem no hospital
A
Susam (Secretaria de Estado da Saúde) permitiu a formação de uma fila
da morte entre os pacientes que residem no Hospital Psiquiátrico Eduardo
Ribeiro, ao descentralizar o atendimento à saúde mental, sem
estabelecer residências terapêuticas para esse público, conforme
preconiza a legislação federal. A afirmação foi feita hoje pelo deputado
Luiz Castro (PPS), ao lamentar a morte de três pacientes abandonados no
hospital, em dois meses sem o suporte terapêutico, que foi transferido
para outras unidades de saúde.
Caso a
Susam não reveja a sua política de saúde mental, o deputado pretende
acionar o Ministério Público para cobrar judicialmente os responsáveis
pela omissão em relação aos pacientes que ainda residem no hospital.
"Transformaram o hospital num campo de concentração com uma fila da
morte entre os pacientes que sofrem sem assistência", questionou.
Para
o deputado, a situação é inadmissível, uma vez que existem pacientes
morando há 15 e até 30 anos no hospital e que não possuem mais vínculos
familiares, o que impede o retorno aos seus lares.
"Para
eles, a lei determina o estabelecimento de residênciais terapêuticas, o
que não foi feito pela Susam", acusa, destacando que é inaceitável o
abandono de pessoas que precisam da atenção do Estado. A situação é
ainda mais revoltante quando se oberva que o Amazonas é um dos estados
mais ricos do País e se permite investimentos como o da ponte Rio Negro
que consumiram R$ 1 bilhão.
"Nós não
estamos no Haiti, em Gana ou Bangladesh, para deixar seres humanos
abandonados e entregues à própria sorte", reclamou.A falta de disposição
dos gestores da Susam para o diálogo também contribui para o
agravamento da crise na atenção à saúde mental.
Luiz Castro lembrou ainda que no mês passado foi realizada uma
audiência proposta por ele para debater o atendimento à saúde ocular no
Estado e nenhum representante da Susam se fez presente. "Infelizmente os
gestores da Susam se negam até mesmo a debater os problemas de saúde
como se não houvesse deficiências", questionou.
Com informações da assessoria.
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