Pesquisa afirma que quelônios morrem afogados presos em rede de pesca
Pesquisador descobre que
a espécie de quelônio conhecida como Irapuca é vítima de afogamento por
ficar presa muito tempo na rede de pesca embaixo da água. A espécie de
quelônio faz parte da dieta das comunidades ribeirinhas na região do
Médio Rio Negro.
Pesquisa
realizada pelo mestre em Diversidade Biológica, Mário Quara de Carvalho
dos Santos, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) verificou que a
captura na rede de pesca, faz com que muitos quelônios da espécie
Irapuca, morram afogados por passarem tempo demais submersos, sem
conseguir respirar.
Financiada pela
Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam), a pesquisa foi
realizada no período de 2009 a 2011, na Ufam. Intitulado “Propriedades
do sangue e efeito do mergulho forçado sobre o perfil hematológico de Podocnemis erythrocephala”
– nome científico da Irapuca -, constatou que esta espécie de quelônio é
a principal vítima do emaranhamento das redes de pesca, seja de forma
acidental ou intencional.
“O objetivo
do estudo foi avaliar o perfil hematológico da Irapuca em resposta a
diferentes tempos de mergulho forçado para que os resultados contribuam
com projetos de manejo e na tentativa de evitar a mortalidade desses
animais por afogamento”, esclareceu Quara.
Ainda
segundo o pesquisador, a Irapuca faz parte da dieta das comunidades
ribeirinhas da região, e sua captura é realizada indiscriminadamente
durante todo o ano, sem intervalo de tempo.
Realização da pesquisa
Foram
capturadas 39 irapucas que habitavam igarapés do Arquipélago de Mariuá.
Os animais foram distribuídos em três grupos e submetidos a diferentes
períodos de mergulho forçado.
Após o
tempo de 30 a 60 minutos submergido de maneira forçada, Quara retirou
amostras de sangue e realizou biometria em todos os animais. Verificando
o peso corpóreo, tamanho e largura do casco.
Conclusão
Segundo
constatou Quara, em sua pesquisa, a Irapuca é uma espécie que consegue
ficar até 60 minutos de submersão forçada, realizando constantemente
ajustes fisiológicos para manutenção do equilíbrio de seu corpo em
situações de ausência de oxigênio.
“Tempos
superiores aos testados no estudo podem ocasionar distúrbios marcantes,
e exaustão dos substratos energéticos levando o animal à morte”,
concluiu o pesquisador.
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