Israel avançou nesta quarta-feira (5) com os planos para construir
cerca de 3.000 casas de colonos em uma das áreas mais sensíveis da
Cisjordânia ocupada, desafiando as objeções internacionais.
Um funcionário do Ministério da Defesa disse que arquitetos e
empreiteiros apareceram diante de uma subcomissão da Administração
Civil, comandada por militares, na Cisjordânia e registraram seus planos
para a construção no corredor E1 perto de Jerusalém, uma etapa
preliminar antes de qualquer licença de construção ser emitida.
Irritado com o reconhecimento de fato de um Estado palestino pela
Assembleia-Geral da ONU na quinta-feira, Israel anunciou no dia seguinte
que iria construir as novas moradias para colonos em terras perto de
Jerusalém, que os palestinos querem para um futuro Estado.
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A decisão do governo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, de
construir casas em E1 pela primeira vez causou alarme entre os
palestinos e nas capitais do mundo.
A habitação israelense sobre as colinas áridas do corredor poderia
bifurcar a Cisjordânia, barrar os palestinos de Jerusalém e enfraquecer
as esperanças de um estado contíguo.
A subcomissão Conselho Superior de Planejamento, da Administração
Civil, reuniu-se horas antes de Netanyahu visitar a Alemanha, onde ele
enfrentará uma bronca da chanceler alemã, Angela Merkel, sobre o projeto
de assentamento.
"Esta é uma fase processual preliminar, para depositar os planos", disse o funcionário da Defesa.
— Cada passo futuro ainda vai exigir mais licenças.
O ministro de Habitação de Israel explicou que o trabalho de construção em E1 não começará por pelo menos um ano.
Medidas da Europa
Em Bruxelas, na terça-feira, os embaixadores da União Europeia
responsáveis por questões de segurança, discutiram a possibilidade de
que todos os Estados da UE escrevam a Israel para expressar seu
descontentamento com os planos de expansão ou convoquem os enviados
israelenses para consultas, como cinco países da UE já fizeram.
Nenhuma decisão formal foi tomada durante a reunião da UE e a questão
será discutida na sexta-feira, disseram diplomatas europeus à Reuters.
Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, também pediram para o
país reconsiderar o plano de assentamentos, dizendo que o movimento
dificulta os esforços de paz com os palestinos.
Israel disse que não vai se curvar, citando a necessidade de defender
seus "interesses vitais" mesmo diante da crítica internacional.
Negociações israelopalestinas sofreram colapso em 2010 em uma disputa sobre a construção de assentamentos.
Tais projetos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, que Israel
capturou na guerra de 1967, são considerados ilegais pela maioria dos
países. Israel cita laços históricos e bíblicos com as duas áreas, onde
cerca de 500 mil israelenses e 2,5 milhões de palestinos vivem agora.