Novo método para diagnosticar a Tuberculose é adotado por Ministério da Saúde
Resultados da pesquisa desenvolvida em Manaus e no Rio de Janeiro sobre a doença, podem ser a garantia de uma saúde melhor para os brasileiros
A
Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e a
Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro marcaram um encontro
nesta segunda-feira (10), no auditório de Dermatologia da FMT-HVD,
localizado na avenida Pedro Teixeira, nº 25, Dom Pedro, para anunciar os
resultados da pesquisa desenvolvida em Manaus e na capital carioca para
testar o novo método de diagnóstico da Tuberculose, que permite chegar
ao resultado em até 2 horas. A apresentação reúne profissionais de saúde
que atuam na prevenção e no tratamento da doença
Segundo
a diretora presidente da FMT-HVD, Graça Alecrim, os detalhes da
implantação do novo método, nos municípios brasileiros serão anunciados e
explicados durante o evento. Ainda segundo a diretora, o objetivo da
proposta é a substituição total do método tradicional, a baciloscopia,
que permite chegar ao resultado em 24h pelo novo exame chamado
GeneXpert, que reduz o tempo de espera em 22 horas.
O
novo método já recebeu o aval da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Graça Alecrim, observa, no entanto, que para implementá-lo no SUS, o
Comitê de Incorporação de Tecnologia (Citec), do MS, exige dados
nacionais que demonstrem o impacto significativo do método na saúde
pública, a um custo acessível e justificável. Manaus e Rio de Janeiro
foram as cidades escolhidas pelo Ministério, para a realização deste
estudo.
No Amazonas, a pesquisa teve
início em março e foi concluída em outubro. Neste período, foram feitos
cerca de 15 mil exames e instalados em três unidades de saúde: na
FMT-HVD e na Policlínica Cardoso Fontes, da rede estadual de saúde, e no
Laboratório Distrital Leste (LDL), da Secretaria Municipal de Saúde
(Semsa). No Rio de Janeiro, foram instalados 19 equipamentos.
O
coordenador do estudo em Manaus, o pesquisador da FMT-HVD Marcelo
Cordeiro, explica que o GeneXpert reúne outras vantagens: além de
verificar a presença do bacilo Mycobacterium tuberculosis, o teste
também detecta se o paciente é resistente à rifampicina (um dos
antibióticos mais eficazes, do esquema de tratamento da doença).
Atualmente,
para testar a suscetibilidade do paciente aos antimicrobianos que
tratam a tuberculose, utiliza-se o exame de cultura, cujo resultado leva
de quatro a oito semanas para ficar disponível.
Durante
os estudos, pacientes com suspeita clínica de tuberculose pulmonar
foram submetidos ao exame de escarro (amostra de secreção pulmonar)
realizado, primeiramente, pelo GeneXpert. Nos casos de resultado
positivo, também foi feita a baciloscopia – para fins de notificação ao
Programa Nacional de Controle da Tuberculose e à OMS, e recomendado o
início do tratamento.
O objetivo é
identificar os resultados discordantes, ou seja, aquelas amostras que
foram positivas no GeneXpert, mas negativas na baciloscopia. Isso
permitiu dimensionar o número de casos de tuberculose ativa que foi
detectado pelo novo método, mas que não teria sido diagnosticado pelo
exame tradicional.